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Otimismo do brasileiro com economia bate recorde

O levantamento do Ipea aponta que 64,9% das famílias consultadas acreditam que o Brasil passará por melhores momentos nos próximos 12 meses

12:07 | 09/02/2012
O Índice de Expectativa das Famílias, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta otimismo do brasileiro quanto à situação socioeconômica do País, ao atingir em janeiro 69 pontos, o mais alto patamar registrado desde o início da série, em agosto de 2010. Em dezembro, o índice estava nos 67,2 pontos, assim como em janeiro de 2011. As entrevistas foram realizadas em 3.810 domicílios de 200 municípios, em todos os Estados do País.

 

O levantamento do Ipea aponta que 64,9% das famílias consultadas acreditam que o Brasil passará por melhores momentos nos próximos 12 meses, porcentual 0,5 ponto acima do registrado no mês anterior. Em relação às expectativas para os próximos cinco anos, 62% estão otimistas, ante 60,2% em dezembro.

 

De acordo com o assessor técnico da presidência do Ipea André Calixtre, houve uma recuperação do índice no segundo semestre do ano passado. A partir de abril, o índice permaneceu entre 62,9 e 65,2 pontos, e começou a crescer em dezembro. "Esse índice nunca detectou pessimismo, pois começou a ser medido no segundo semestre de 2010, em um momento muito bom para o País. Mas após um período de queda em 2011, começou a mostrar recuperação no segundo semestre do ano passado", disse, em entrevista coletiva transmitida há pouco pela internet.

 

Segundo o Ipea, todas as faixas de renda estão otimistas quanto à economia do País, sendo as famílias que ganham acima de dez salários mínimos as mais confiantes (71,1 pontos), enquanto aparecem na ponta de baixo da tabela, mas ainda com otimismo moderado, as que recebem até um salário mínimo (58,5 pontos). Na divisão por escolaridade, o nível de otimismo é maior entre os brasileiros que possuem ensino superior ou pós-graduação (76,7 pontos) e menor, mas ainda assim otimistas, entre os que não têm escolaridade (68,8 pontos).

 

As regiões Centro-Oeste e Nordeste são as mais otimistas tanto para curto quanto para o longo prazos. No Centro-Oeste, a expectativa quanto à economia do País para os próximos 12 meses atingiu o nível de "grande otimismo" ao superar os 80 pontos, registrando 84,6. Já no Nordeste, o otimismo atinge 68,9 pontos. Para uma expectativa de longo prazo (5 anos), os índices de janeiro foram, na Região Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, de 87 e 73,7 pontos. "A alta do índice foi basicamente influenciada pelo Centro-Oeste, que sempre foi uma Região de grande otimismo em relação às outras", afirma Calixtre.

 

Consumo

 

Quase dois terços (64,4%) das famílias acreditam que o momento é bom para comprar bens duráveis, patamar 7 pontos superior ao registrado no mês de dezembro. De acordo com Calixtre, esse dado mostra o efeito positivo das medidas governamentais de incentivo ao consumo implementadas no final do ano passado, como desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados sobre a linha branca. "Houve uma resposta positiva nas expectativas das famílias sobre as políticas de incentivo de consumo de bens duráveis", afirmou.

 

E o potencial de consumo se mantém elevado graças, também, segundo o Ipea, ao alto patamar do nível de emprego e ao baixo endividamento das famílias brasileiras. O estudo mostra que 57,1% das famílias consultadas responderam não ter dívidas, ante 56,1% em dezembro. "O endividamento ainda é baixo no Brasil", disse Calixtre. "Ainda há um espaço muito grande para expansão do crédito às famílias."

 

Além disso, as famílias brasileiras aumentaram as expectativas da segurança do responsável pelo domicílio no seu emprego, de dezembro (78,9%) para janeiro (80,7%). "Há indícios fortes de recuperação econômica, embora haja um problema com a indústria. Mas os dados ruins não chegaram ao que realmente atinge as famílias: o emprego, que segue em patamar muito alto", explicou.

 

Agência Estado

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