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Opep prevê menor aumento da demanda de petróleo

O anúncio é feito no momento em que o crescimento da Ásia se desacelera e prosseguem os temores em torno do Irã

11:56 | 09/02/2012
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou novamente nesta quinta-feira, 9, seus números de previsão de aumento na demanda para 2012. Em seu aguardado relatório mensal, o grupo reduziu em 120 mil barris ao dia sua estimativa de crescimento na demanda para o ano, para cerca de 940 mil barris ao dia.

 

O anúncio é feito no momento em que o crescimento da Ásia se desacelera e prosseguem os temores em torno do Irã. Até agora, a Opep cortou em quase um terço a quantidade que inicialmente esperava que os consumidores acrescentassem a suas necessidades para este ano.

 

No relatório, o grupo diz que os problemas nas economias desenvolvidas afetam negativamente o mercado de petróleo e geram uma considerável dose de incerteza no curto prazo. Também cita a preocupação com a capacidade de a Europa sobreviver a sua crise da dívida, e também o apetite menor por gasolina entre motoristas dos EUA.

 

Em um aspecto mais preocupante, a Opep advertiu que economias como Índia e China - motores da demanda global por combustível fóssil - crescerão agora menos que o esperado. No geral, o grupo cortou sua previsão para o crescimento mundial em 1 ponto porcentual em 2012, para 3,4%.

 

Enquanto o crescimento na demanda perde força, a Opep, cujos membros produzem mais de um terço do petróleo consumido diariamente no mundo, está produzindo em níveis não vistos desde os cortes decididos durante a recessão de 2008.

 

O grupo afirmou que sua própria produção de petróleo aumentou em 56.200 barris ao dia, para 30,898 milhões de barris ao dia, em janeiro. O número não está longe da meta fechada em meados de dezembro, e fica 1,3 milhão de barris ao dia acima das necessidades que a Opep estima para o petróleo no primeiro trimestre.

 

Nações do Golfo Pérsico podem produzir mais barris, no momento em que o Ocidente pressiona o Irã por seu programa nuclear. A União Europeia decidiu embargar o petróleo iraniano a partir de julho, e os EUA pressionam países a reduzir suas compras do país. Potências acusam o Irã de buscar secretamente armas nucleares, o que Teerã nega, garantindo ter apenas fins pacíficos.

 

Mesmo que os consumidores fiquem aliviados em saber que a Opep está criando um colchão confortável de petróleo, a tendência pode gerar divisões entre os integrantes do grupo. A produção do próprio Irã caiu em cerca de 200 mil barris ao dia em três anos e continuava a recuar em janeiro, segundo os números da Opep, com as sanções que já estavam em vigor afetando os investimentos.

 

Autoridades iranianas chegaram a advertir as nações do Golfo contra qualquer tentativa de substituir seu petróleo nos mercados globais. Os próprios países do Golfo afirmam que não é esse o caso, mas analistas dizem que essas nações estão tendo uma produção alta como um sinal de sua prontidão para compensar eventuais carências. As informações são da Dow Jones.

 

Agência Estado

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