Fipe: deflação de 0,34% no grupo Alimentação surpreende
Na semana passada, ao comentar o resultado do IPC de janeiro, Costa Lima disse que esperava um leve aumento (0,05%) no grupo Alimentação na primeira quadrissemana de fevereiro. Mas o resultado contrariou a expectativa. "Os produtos in natura já vinham desacelerando neste início de 2012 em razão da quantidade menor de chuvas em relação ao ano passado. Os alimentos semielaborados, que estavam subindo, passaram a recuar", disse. Os produtos in natura desaceleraram de 2,56% em janeiro para alta de 1,26% na primeira medição deste mês. Já os semielaborados saíram de recuo de 0,19% para queda de 1,93% no período.
Para a segunda e terceira quadrissemanas de fevereiro, Costa Lima acredita que o grupo Alimentação vai continuar apresentando queda, respectivamente, de 0,41% e 0,06%. Ele alerta, contudo, que os preços em baixa dos alimentos no varejo paulistano podem estar com os dias contados. Tanto que, para o fechamento do mês, ele estima que o grupo irá retomar o campo positivo, atingindo alta de 0,33%. "É cedo para afirmar qual será o rumo dos preços dos produtos in natura. Esses itens respondem de maneira muito rápida a questões relacionadas ao clima. É preciso esperar. Além disso, há expectativa de retomada de alta das carnes. A de frango (caiu 4,44% na primeira quadrissemana), por exemplo, pode voltar a subir, influenciada pelo aumento no preço do milho no atacado."
Já Habitação tende a pressionar o índice cheio em fevereiro para cima, na avaliação do coordenador da Fipe. O grupo registrou elevação de 0,37% na primeira quadrissemana, impulsionado pelo item Equipamentos do Domicílio (+1,18%). A alta, segundo ele, foi influenciada pelos preços mais caros de geladeiras, que avançaram 5,64% nesta primeira medição de fevereiro, mas que já estaria perto do fim. Para Costa Lima, tudo indica que esse setor elevou os preços depois da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca.
Uma das pressões mais evidentes no grupo Habitação nesta primeira quadrissemana, conforme a Fipe, será o efeito da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que já teve impacto nesta primeira medição, ao subir 1,25%. A Fipe espera que o IPC registre um aumento de 7,37% no item Habitação, no final de fevereiro. Por outro lado, a expectativa de menor pressão do grupo Educação continuará, conforme a Fipe. Na primeira quadrissemana de fevereiro, a alta desse item foi de 5,46% e a estimativa do instituto para a próxima medição é de elevação de 3,05%. "Os preços devem diminuir até chegarem à alta de 0,69% no fim do mês."