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Bancos só veem queda do calote no 2º semestre

09:50 | 12/02/2012
Os três maiores bancos privados brasileiros acreditam que os índices de inadimplência só começarão a cair no segundo semestre, quando a economia deverá voltar a crescer mais fortemente. Por isso, mantiveram níveis elevados de provisão contra perdas na concessão de empréstimos, como mostram os balanços divulgados nas últimas semanas.

Juntos, Itaú, Bradesco e Santander reservaram R$ 57,3 bilhões para se proteger contra calotes, R$ 8,7 bilhões a mais do que determinam as regras do Banco Central (BC) e 22% mais do que no encerramento de 2010. "Na melhor das hipóteses, vemos a inadimplência estabilizada no primeiro semestre", afirmou o diretor executivo adjunto do Bradesco, Moacir Nachbar Junior.

"Tradicionalmente, a inadimplência sobe em início de ano, por causa das despesas extraordinárias nessa época. Além disso, acreditamos que, neste ano, a economia voltará a crescer mais fortemente apenas no segundo semestre", disse o diretor de controladoria e relações com investidores do Itaú, Rogério Calderón. Procurado, o Santander não se pronunciou sobre o assunto.

O analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu, tem uma avaliação distinta. Para ele, os altos níveis de provisões ao final de 2011 indicam que os bancos ainda estão temerosos com a instabilidade da economia global."Os valores das provisões são muito elevados e se justificam se a crise internacional piorar a ponto de desencadear uma alta da inadimplência em alguns segmentos do crédito aqui dentro", observou. Foi o que ocorreu no último trimestre de 2008, quando a quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers praticamente paralisou a economia mundial.

Segundo o Banco Central, a inadimplência das pessoas físicas atingiu em dezembro o maior nível de 2011 - 7,3%, mesmo índice de novembro. Para se ter uma ideia, em janeiro, o porcentual era de 5,7%. Entre as empresas, o indicador não teve tantas alterações ao longo do ano: foi de 3,6% em janeiro para 3,9% em dezembro. Como a economia deve responder aos estímulos do governo apenas no segundo semestre, a expectativa dos executivos de bancos é de que o cenário do primeiro semestre deste ano seja semelhante ao do segundo semestre de 2011. Daí a cautela adicional expressa nas provisões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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