PUBLICIDADE
Notícias

Bancos brasileiros lideram processos de fusões

16:55 | 15/02/2012
Os bancos brasileiros lideraram os processos de assessoramento de fusões e aquisições anunciados em 2011. Segundo o coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Bruno Amaral, esse movimento reflete o fortalecimento da economia brasileira e das instituições financeiras nacionais. "Geralmente, há uma maior distribuição (entre os bancos estrangeiros e nacionais)", afirmou, durante entrevista a jornalistas.

No ano passado, o ranking de anúncios de fusões e aquisições foi liderado pelo brasileiro BTG Pactual, com um montante de R$ 51,4 bilhões, seguido do Itaú BBA (R$ 48,3 bilhões), Bofa Merrill Lynch (R$ 33,4 bilhões) e Bradesco (R$ 31,521 bilhões). Já em número de transações, quatro instituições brasileiras lideraram: BTG Pactual (39 negócios), Itaú BBA (36), Bradesco (19) e BR Partners (15).

Em 2010, a liderança havia sido do BTG Pactual, com negócios no valor R$ 54,2 bilhões, seguido pelas instituições estrangeiras Credit Suisse (R$ 48,6 bilhões), JP Morgan (R$ 46,5 bilhões), Morgan Stanley (R$ 43,8 bilhões) e Bofa Merrill Lynch (R$ 38 bilhões).

Entre as 179 operações de fusões e aquisições do ano passado, que somaram R$ 142,8 bilhões, praticamente metade delas foram de negociações entre empresas brasileiras. Segundo a Anbima, foram 94 operações entre companhias nacionais, que resultaram num volume financeiro de R$ 63,2 bilhões.

As aquisições de empresas brasileiras por estrangeiras respondeu por cerca de 25% das operações, com um total de 44 negócios, no montante de R$ 37 bilhões. Já as aquisições de empresas estrangeiras por brasileiras somou 27 negócios, no valor total de R$ 17,8 bilhões.

No ano passado, o setor de telecomunicações liderou as fusões e aquisições, com 25,6% do volume. "Telecom sempre pode ser destaque, porque as operações geralmente são muito grandes", afirmou. A reestruturação societária das controladas da Telemar (R$ 20,8 bilhões) e a incorporação da Vivo pela Telesp (R$ 11,3 bilhões) foram os maiores negócios de 2011.

Na sequência, apareceram os setores de petróleo e gás (12,7%), energia (9%), metalurgia e siderurgia (8,2%), construção civil e imobiliário (7,4%) e financeiro (6,9%). "Esperamos neste ano que o setor de energia e de infraestrutura, por conta da Copa e Olimpíadas, possam ter operações relevantes", afirmou.

Além das duas operações no setor de telecomunicações, as maiores negociações do ano passado foram do aumento de capital da Petrogal Brasil, com a entrada da Sinopec (R$ 9,1 bilhões); a entrada da Ternium na Usiminas (R$ 5,8 bilhões); a aquisição de participação na Pride International pela Ensco, no Brasil (R$ 5,5 bilhões); e a incorporação da WTorre pela BR Properties (R$ 4,9 bilhões).

Outros negócios em destaque foram a venda para a Iberdrola da participação da Ashmore Energy na Elektro (R$ 4,8 bilhões); a aquisição da Aleadri pela Kirin, representando 50,4% da Schincariol (R$ 4,7 bilhões); a aquisição de fatia da Wtorre pelo BTG Pactual (R$ 3,4 bilhões); e a compra de uma participação na Cia Brasileira de Metalurgia e Mineração por um consórcio de japoneses e coreanos (R$ 3,2 bilhões).

Para 2012, Amaral aposta numa maior relevância das negociações de empresas brasileiras com companhias na América Latina, tanto de compra quanto de venda. "O mercado de consumo está muito aquecido no Brasil, sem perspectivas de rompimento, o que torna as empresas muito atrativas. Isso ocorre também no Peru, na Colômbia e no Chile", afirmou.

Os fundos de private equity também devem ter um papel de destaque nas fusões e aquisições este ano, destacou Amaral. "Estes fundos estão capitalizados e devem buscar setores mais fragmentados, voltados ao consumo, como varejo, alimentos e bebidas, imobiliários, além de educação e tecnologia da informação", afirmou.

TAGS