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Estudo corrige pela primeira vez genes defeituosos em embriões humanos

A pesquisa gera discussões sobre questões éticas, já que esta técnica poderia, teoricamente, ser utilizada para produzir bebês geneticamente modificados
22:42 | Ago. 02, 2017
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Genes com doenças cardíacas hereditárias foram modificados, com êxito, em embriões humanos. O feito inédito ocorreu graças a uma técnica revolucionária de edição genética, conforme um estudo publicado nesta quarta-feira, 2, na revista Nature.

Ainda em fase preliminar, a pesquisa abre potencialmente o caminho para grandes avanços no tratamento das doenças genéticas. Porém, levanta discussões sobre questões éticas, já que esta técnica poderia, teoricamente, ser utilizada para produzir bebês geneticamente modificados a fim de escolher a cor do cabelo ou elevar a força fisíca.

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O estudo foi feito na Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos, por cientistas americanos, chineses e sul-coreanos. A técnica utilizada foi a CRISPR-Cas9, descoberta divulgada em 2012. A equipe de pesquisadores utilizou essa ferramenta para corrigir, em embriões humanos, o gene portador da cardiomiopatia hipertrófica. Essa doença cardíaca hereditária é capaz de provocar morte súbita, especialmente durante a prática de esportes.

A pesquisa com embriões humanos conta com uma regulação rigorosa, e não era sobre a implantação dos embriões usados no útero de uma mulher para iniciar uma gravidez. Por isso, os cientistas só permitiram eles se desenvolverem por alguns dias.

O método, que requer mais pesquisas, "pode potencialmente servir para prevenir a transmissão de doenças genéticas às futuras gerações", explicou, durante uma teleconferência de imprensa, Paula Amato, uma das autoras do estudo. Mas esta perspectiva ainda está longe.

"Antes dos ensaios clínicos, serão necessários pesquisa ssuplementares e um debate ético", argumentou Amato.

 

Redação O POVO Online

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