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Musgo congelado por 400 anos volta à vida

Uma medição feita com datação de carbono determinou que as plantas tinham entre 400 e 600 anos e ficaram sepultadas durante a Pequena Era do Gelo, que ocorreu entre 1550 e 1850

15:03 | 29/05/2013
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OTTAWA, 29 Mai 2013 (AFP) - Plantas sepultadas durante séculos sob o gelo no extremo norte do Canadá voltaram à vida após terem sido expostas ao ar e à luz do sol, revelou um estudo canadense.

A pesquisadora Catherine La Farge, da Universidade de Alberta, coletou o que acreditava ser musgos mortos (ou briófitas) nas bordas de uma geleira que recuou em Sverdrup Pass, na Ilha Ellesmere.

Uma medição feita com datação de carbono determinou que as plantas tinham entre 400 e 600 anos e ficaram sepultadas durante a Pequena Era do Gelo, que ocorreu entre 1550 e 1850.

Então, La Farge conseguiu reviver os musgos em laboratório, derrubando uma hipótese existente há muito tempo de que os vestígios de uma planta exposta após o recuo de geleiras polares estariam todos mortos.

Anteriormente, o crescimento de novas plantas nestas áreas era considerado o resultado da rápida colonização por plantas modernas em volta da geleira.

Mas La Farge demonstrou a resistência das plantas em uma pesquisa publicada esta semana na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

"Nós sabemos que as briófitas podem permanecer adormecidas por muitos anos (em desertos, por exemplo) e que, depois, são reativadas, mas ninguém esperava que revivessem depois de quase 400 anos debaixo do gelo", indicou em um comunicado.

Em seu laboratório, ela triturou o material vegetal e o colocou em terra de jardim. Em questão de semanas, filamentos verdes começaram a brotar. Das 24 amostras, sete apresentaram crescimento, regenerando-se com sucesso a partir do material de origem.

Os musgos são resistentes e existem há cerca de 400 milhões de anos. Eles evoluíram das algas marinhas, abrindo caminho para outras plantas terrestres.

Ao contrário da maioria das outras plantas, eles se reproduzem clonando suas células, afirmou La Farge. "Qualquer célula de briófita pode se reprogramar para iniciar o desenvolvimento de uma planta totalmente nova. Isto equivale às células-tronco em sistemas faunísticos", explicou.

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