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Animal com intestino em 'U' muda árvore evolutiva de espécies marinhas

08:20 | Jan. 18, 2013
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Com o intestino em "U" e o ânus perto da boca, rodeado de pequenos tentáculos, o animal marinho pré-histórico denominado "Cotyledion tylodes" pode estar em condições de mudar um aspecto da árvore evolutiva das espécies marinhas.

O "Cotyledion tylodes" foi descrito pela primeira vez em 1999, após ter sido descoberto nas jazidas de Chengjiang (sul da China), um local rico em fósseis do período cambriano (de 540 a 485 milhões de anos atrás), quando diferentes formas de vida se diversificavam de forma súbita na Terra.

A princípio, o animal marinho foi estudado a partir de apenas dois espécimes incompletos e os cientistas não poderiam vinculá-lo a nada conhecido.

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Recentemente, outras descobertas de "Cotyledion", melhor preservados, tornaram possível identificar um círculo de tentáculos ao redor de seu "cálice".

Faltou pouco para que o pequeno animal fosse catalogado como um ancestral distante dos cnidários, filo de animais aquáticos do qual fazem parte os corais, as anêmonas e as águas-vivas.

Uma equipe internacional de cientistas, chefiada por Zhifei Zhang, paleontólogo da Universidade Chinesa de Xi'an, pesquisou ainda mais a estranha anatomia do "Cotyledion", analisando 400 novos espécimes. E sua interpretação, publicada na edição da última quinta-feira da revista britânica Nature Scientific Reports, é muito diferente.

Os pesquisadores descobriram a presença de um "tubo digestivo em forma de 'U' que descarta sem qualquer dúvida qualquer relação do 'Cotyledion' com os cnidários e opta por relacioná-lo melhor com os lofotrocozoos", grupo de animais que engloba várias espécies, como os moluscos e as lombrigas, acrescentaram os cientistas.

Se o 'Cotyledion' for seu ancestral, isto significa que milhares de lofotrocozoos modernos começaram a evoluir desde a explosão do cambriano, há 520 milhões de anos, destacou o estudo.

Inclusive se o lugar exato do 'Cotyledion' na árvore das espécies continuar incerto, o animal pertenceria com maior precisão ao ramo dos "endoproctos", pequenos organismos que se nutrem capturando partículas suspensas na água, muitas espécies das quais ainda vivem nos oceanos.

 

AFP

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