Suspeito de matar escrivão deverá dizer como se soltou das algemas e onde está arma

O suspeito foi preso em São Paulo e está sendo trazido para o Ceará, onde deve explicar como se soltou das algemas e onde está a arma utilizada. Ele é acusado de matar um escrivão da Polícia em Tauá enquanto prestava depoimento

"Trata - se de um crime bárbaro chocante. Merecia uma resposta, era uma questão de honra para o estado do Ceará", assim tratou o secretária da Segurança Pública do Estado (SSPDS), Sandro Caron, sobre a prisão do suspeito de vitimar o escrivão Aloizio Amorim. O suspeito, identificado como Antônio Josivan Lopes Silva, de 30 anos, apontado como autor do assassinato do escrivão da Polícia Civil do Estado (PCCE), foi preso na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. O secretário comentou o esforço policial para prender o homem após mais de um mês e reforçou que a investigação foi importante para os setores internos da Polícia.

Além do trabalho de investigação das forças de segurança do Ceará, uma recompensa de R$ 10 mil chegou a ser oferecida para quem fornecesse informações que ajudassem a Polícia a localizar Josivan. O homem foi encontrado em São Paulo e está no processo de ser trazido para a capital cearense. Aqui, o suspeito deve prestar depoimento e explicar como se soltou das algemas e onde está a arma do crime. "Ele vai ser ouvido formalmente, ele vai ter que explicar algumas coisas, como como foi que ele tirou algema, se alguém prestou apoio, essa pessoa vai ser investigada. A arma que foi usada no crime onde está. Tudo isso ainda vai ser desdobramento da investigação", explicou Edvando França, titular do departamento de inteligência policial. 

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De acordo com o delegado, a investigação acerca do homicídio já tem como autoria o suspeito, com base nos depoimentos de testemunhas que estavam no momento do crime. " A gente sabe que ele é o autor, mas todo desdobramento, se houve algum tipo de favorecimento pessoal, isso é muito importante pra gente, isso vai se desenrolar", comentou ele. As investigações devem ficar a cago da Delegacia Regional de Tauá.

Captura

Na captura, o suspeito estava em um imóvel na cidade de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. "No momento da prisão, não esboçou reação. Como se tratava de um homicida, foi uma equipe operacional altamente treinada para realizar essa prisão e ela foi feita de maneira rápida, de modo que ele não tivesse tempo de esboçar nenhuma reação", pontuou ainda o secretário da SSPDS. 

A ocorrência, em 30 de abril, foi na cidade de Tauá, a 347 quilômetros de Fortaleza,  quando Antônio Josivan, que já respondia por tentativa de latrocínio e porte ilegal de arma de fogo, foi preso em flagrante por tráfico de drogas. Segundo informação da Polícia, Antônio estaria prestando depoimento ao escrivão Aloizio Amorim, quando reagiu, tomando a arma do policial e realizando uma série de disparos contra o mesmo.

Depois de efetuar os tiros, o autuado fugiu enquanto o policial recebia os primeiros socorros, ainda na delegacia de Tauá. Porém, devido à gravidade dos ferimentos, Aloizio não resistiu, morrendo logo após o crime. Uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) chegou a ser mobilizada para auxiliar nas diligências em busca de Antônio Josivan, porém, o suspeito não foi encontrado. Ele chegou a se esconder em uma área com vegetação, mas acabou fugindo, em meados do dia 12 de maio.

Sérgio pereira, delegado geral da Polícia Civil, explicou que o processor de investigação e procura do suspeito começou assim que ele fugiu.  Mesmo foragido, ele continuou sendo observado pelos agentes da inteligência da policia, com rastreamento de suas atividades e contatos frequentes, até ser localizado no sudeste. "Ainda estamos de luto, ninguém queria estar aqui nessa coletiva pra dar essa notícia de que capturados um assassino de um policial civil. No mundo ideal, aquele policial não seria assassinado. Por nós, ele estaria com a família, estaria trabalhando, mas infelizmente não foi o que aconteceu e só nos restava nos dedicar mais ainda para conseguir capturá-lo (o suspeito)", afirmou o delegado geral.

A vítima

A coletiva foi ainda um momento de homenagem para o policial civil morto. Edvando França, titular do departamento de inteligência policial, relembrou que eram amigos e ele perto o escrivão, chegando a trabalhar com o policial na mesma unidade.

"Muito bom policial, muito bom escrivão, trabalhador, educado, honesto, simpático. Todos elogios que se pode falar. A sensação de dor é muito grande nesse momento", pontuou. Ele ressaltou que recebeu diversos pedidos de outros agentes para ajudar e que outras investigações chegaram a ser paradas para dar prioridade à busca do suspeito. "A inteligência toda entrou nessa jogada, a gente parou o departamento. A gente parou teoricamente muitas investigações em andamento, porque era nosso foco", acrescentou ele.

Aloizio Alves de Lima Amorim trabalhou na Polícia Civil durante dez anos, três meses e 20 dias. O escrivão prestou serviços no Grupo Provisório de Investigação e Homicídios, na Delegacia Municipal de Parambu, além das Delegacias Regional de Juazeiro do Norte e Regional de Tauá, onde estava lotado desde 2014. Em nota, a Polícia Civil reconheceu os relevantes serviços prestados à sociedade cearense pelo policial civil, lamentou a partida precoce do policial e colocou o aparato da instituição à disposição da família dele.

 

Com informações da repórter Angélica Feitosa

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