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Tauá recebe unidade de referência tecnológica visando aumento na produção de alimentos para rebanhos

Propriedade rural no município foi uma das três beneficiadas no Nordeste por atividade do programa AgroNordeste
13:29 | Nov. 18, 2020
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Tipo Notícia

Com o objetivo de aumentar a disponibilidade de alimentos para rebanhos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio da unidade Caprinos e Ovinos, sediada em Sobral, implementou em uma propriedade rural em Tauá uma unidade de referência tecnológica (URT) para avaliar sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) adaptados à Caatinga. A expectativa é realizar estudos com o intuito de ampliar a variedade de plantas disponíveis aos animais sob controle de pecuaristas e, assim, garantir a alimentação dos rebanhos em épocas de seca. Além da propriedade no Sertão dos Inhamuns, outros dois locais no Nordeste foram selecionados: uma unidade em Sumé, na Paraíba, e outra em Betânia, no Piauí, em sítio a ser selecionado.

As URTs têm a função de gerar informações com resultados do desempenho de espécies de plantas em condições diversas de clima e solo. O intuito da Embrapa com a pesquisa é desenvolver modelos que relacionem a produção agropecuária e o grau de resistência das forrageiras, gramíneas que servem de alimento animal. Com os insumos fornecidos pelos estudos, será possível elaborar um "cardápio forrageiro" personalizado aos produtores. Esse tipo especial de cardápio combina diferentes plantas com altos teores de nutrientes e resistência ao período de estiagem para manter os rebanhos abastecidos durante grandes períodos de seca. A composição do cardápio forrageiro é variável de acordo com as condições de clima e solo.

“São tecnologias que já se apresentaram bem interessantes para o Semiárido e dão mais uma alternativa para produção sustentável”, afirma Rafael Tonucci, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, em nota. A ideia do cardápio forrageiro surgiu a partir do projeto Forrageiras para o Semiárido, em parceira entre Embrapa e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A atividade em execução nas três propriedades rurais nordestinas é integrante do programa AgroNordeste, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tem a Embrapa e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e Projeto Dom Hélder Câmara entre as instituições integrantes.

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Já os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são uma estratégia de manter produção sustentável, combinando as atividades de produção agrícola e pecuária com uso sustentável da vegetação nativa. Na adaptação para a Caatinga, a proposta é de redesenhar um sistema agrossilvipastoril, mantendo as características de não usar fogo, manter biodiversidade da Caatinga e enriquecer a área com espécies vegetais. Mas usar incrementos tecnológicos como o raleamento em faixas e o uso de máquinas adaptadas.

“O cardápio forrageiro pode ampliar o leque de oferta de produção de alimento volumoso para os produtores. Sair da única opção do pasto nativo, de uma ou outra variedade para de fato um cardápio com abrangência de seis, sete espécies que funcionam na região. Já com o uso de sistemas integrados, a gente intensifica a produção de uma forma sustentável, fazendo uma recomposição florestal, quando necessário, introduzindo árvores nativas ou exóticas, sem dano ambiental e aumentando produtividade”, detalha Tonucci.

Variáveis do sistema já obtiveram sucesso em outros experimentos. O primeiro teste do sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP), modalidade sem árvores, foi há seis anos na própria Unidade da Embrapa em Sobral, para aperfeiçoar a oferta de forragem a um rebanho de 900 a 1.000 animais, que sempre gerava dependência da compra de alimento produzido externamente. Além de diversificar a produção de forragem e reduzir custos com aquisição de alimentos, um sistema de integração pode trazer, outras vantagens como uma melhor proteção ao solo, ao manter cobertura vegetal por mais tempo no Semiárido.

Programa AgroNordeste

 

Com atuação nos nove estados do Nordeste e Minas Gerais, o programa AgroNordeste contemplará 230 municípios. O público-alvo é de pequenos e médios produtores que já comercializam parte de sua produção, mas ainda têm dificuldades para expandir o negócio.

O Programa é liderado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e desenvolvido em parceria com a Embrapa e instituições como Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida)/Projeto Dom Hélder Câmara, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil.


Com informações da Embrapa.

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