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Políticos acusados de aplicar golpe em idosos para financiar campanha de prefeito

Cerca de R$ 300 mil foram subtraídos das vítimas
10:42 | Out. 18, 2018
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Atualizada às 11h18min
 
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A Operação “Caixa 2”, deflagrada nesta quinta-feira, 18, pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), desarticulou grupo criminoso suspeito de aplicar golpe em idosos para financiar a campanha eleitoral de João Bosco Pessoa Tabosa, prefeito de Pentecoste, eleito em 2016 pelo PDT. Cerca de R$ 300 mil foram subtraídos das vítimas. A primeira dama, o presidente da Câmara Municiupal e funcionários do Banco do Brasil foram afastados dos seus cargos por decisões judiciais.

Estariam envolvidos com a ação criminosa o prefeito, a primeira dama, Maria Clemilda Pinho de Souza; sua irmã, Maria Clara Rodrigues Pinho e o Presidente da Câmara Pedro Hermano Pinho Cardoso. 

Além do núcleo, a quadrilha seria composta por dois funcionários do Banco do Brasil, Igor de Castro e Silva Marinho e José Elierto Correia; e o casal Maria da Conceição Domingos Sousa e Moisés da Silva Gomes. A denúncia aponta que, com auxílio de cúmplices, o grupo realizou série de estelionatos em idosos, contraindo empréstimos e adiantamentos de 13º salários sem autorização das vítimas.

O caso

Conforme o promotor de Justiça de Pentecoste, Jairo Pereira Pequeno Neto, a quantia arrecadada com o golpe foi utilizada para financiar a campanha eleitoral do atual prefeito João Bosco, bem como do Vereador e Presidente da Câmara. Ele explica que os participantes da quadrilha possuíam funções bem definidas dentro do esquema.

Ele explica que as irmãs Clara Pinho e Clemilda Pinho eram as articuladoras da associação criminosa. Elas teriam contratado Maria Conceição para aplicação dos golpes. “Maria Conceição e Moisés ficaram responsáveis por ganharem a confiança dos idosos, contrair os empréstimos, efetuar os saques e entregar os valores às autoridades; Igor de Castro e José Elierto, responsáveis por alterar as biometrias dos idosos, bem como alterar a margem de contratação de empréstimos e saques nos caixas eletrônicos dos clientes do Banco do Brasil”, detalha ele. 
 
O trabalho de investigação por parte Polícia Civil e do Ministério Público contou com a colaboração premiada de Maria Conceição. A primeira dama, sua irmã e o presidente da Câmara foram afastados dos cargos por 180 dias. A determinação também impede que eles se aproximem de qualquer órgão público nesse período. Os dois bancários foram afastados por 60 dias. O prefeito João Bosco teve os bens sequestrados e os oito investigados tiveram o sigilo bancário quebrado, por determinação judicial.

Além disso, foi cumpridos dois mandados de busca e apreensão na Câmara dos Vereadores e na residência de Clara Pinho e Pedro Cardoso.
 
Colaboração premiada 

Maria Conceição, a primeira pessoa do esquema criminoso a ser presa, forneceu ao órgão ministerial uma série de fotos e vídeos que teriam demonstrado a participação das autoridades municipais, o que serviu como base para concessão das medidas judiciais. 

Além dos estelionatos contra os idosos, a operação descortinou um esquema de funcionários fantasmas na Câmara do Município. Nomes de pessoas que nunca trabalharam no órgão legislativo estariam na folha de pagamento, recebendo salário. Uma dessas pessoas seria Maria Conceição, que recebia o valor como forma de contraprestação pelos serviços prestados na campanha eleitoral de 2016.

 

Redação O POVO Online 

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