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Pentecoste recebe os primeiros oito dessalinizadores de projeto do Governo Federal

Os dessalinizadores têm a capacidade de transforma 100 litros de água salobra em 33 litros de água potável. Além disso, os equipamentos permitem a reutilização em outros fins da água imprópria para consumo humano.

18:13 | 24/08/2015
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Escolhida pela proximidade com Fortaleza, Pentecoste, há 89 quilômetros da Capital, recebeu os primeiros oito dessalinizadores do Programa Água Doce (PAD), em cerimônia no último domingo, com a presença do governador Camilo Santana e do secretário dos Recursos Hídricos Francisco Teixeira. Os sistemas de dessalinização tiveram investimento de R$ 1,05 milhão - R$ 131.250 cada, em média - e devem beneficiar 245 famílias de comunidades rurais. Ao todo, o projeto financiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), deve instalar 222 sistemas de abastecimento de água com dessalinizadores no Estado, em 44 municípios, com o aporte de R$ 44 milhões - entre fundos federais e estaduais.

De acordo com Ricardo Marques, coordenador do PAD no Ceará, é levado em conta o índice de criticidade de recursos hídricos da cidade para que ela receba os dessalinizadores. "Em Pentecoste, os estudos vêm sendo realizados há três anos. A escolha foi pra que o MMA pudesse acompanhar de perto. Já estamos realizando os primeiros procedimentos para implantar em Irauçuba, que tem o índice de criticidade elevado”, adianta. O programa deverá beneficiar cerca de 80 mil cearenses que integram as chamadas populações difusas (pequenas comunidades situadas nas áreas rurais mais remotas dos municípios) em três etapas.

As próximas cidade beneficiadas ainda na priemira etapa são Miraíma, Irauçuba, Itapajé, Umirim, Tejuçuoca, Apuiarés, Pentecoste, Gal. Sampaio, Paramoti, Caridade, Canindé, Sta Quitéria, Itatira e Madalena. 

 

Como funciona

Instalados em poços com estudos prévios (dignóstico do poço, teste de vasão, poços resistentes, analise fisioquímica), os dessalinizadores possuem membranas de alta pressão, capazes de transformar 100 litros de água salobra em 33 litros de água potável e doce.

Neste ponto, os dessalinizadores do PAD diferem dos aparelhos convencionais: a água que não é transformada para consumo humano, chamada de rejeito, é reaproveitada.

"Em dessalinizadores comuns, o rejeito é depositado no solo, o que a longo prazo pode prejudicá-lo. Nos do PAD, o rejeito é dividio em tanques que podem, a depender da análise fisioquímica da água, serem utilizadas para criação de peixes, irrigação de atriplex (planta resistente ao sal que é utilizada alimentar caprinos e bovinos), ou saciar animais”, detalha Marques.

De acordo com o coordenador, outra diferença é os dois chafarizes em que a população pode escolher entre a água potável para consumo ou a água ainda com níveis de sal que pode ser usada em atividades domésticas.

Sem especificar os custos de manutenção de cada dessalinizador, o coordenador explica que está embutido no contrato das empresas mantenedoras.

“É cobrado da população entre R$ 0,50 e R$ 1 a cada 20 litros de água. É um custo pequeno, que substitui, por exemplo, os R$ 5 ou R$ 6 que eles gastam com os galões de água mineral. No futuro, no caso do desgaste de algumas da membranas, esse dinheiro poderá servir para manutenção”, explica.

 

Outros dessalinizadores

No Ceará, outros 424 dessalinizadores foram instalados ou revitalizados em 90 cidades desde 2009 pela Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra). De acordo com José Wanderley Augusto Guimarães, superintendente adjunto da Sohidra, 234, os instalados, são mantidos pelo órgão e cada um tem custo médio de instalação de R$ 77 mil - cerca da metade do preço de um equipamento do PAD.

“Deveremos instalar, até o final de 2015, 78 novos dessalinizadores e estamos pleiteando a instalação de mais 300”, adianta o superintendente.

Sem precisar quanto, Wanderley admite, porém, que alguns dos dessalinizadores estão sem funcionamento. Conforme Airton Maciel o titular da Secretaria da Agricultura e Recursos Hídricos do município de Canindé, os poços com dessalinizadores instalados são de suam importância, “principalmente para localidades rurais”, e dos 21, "cerca de cinco estão sem funcionar".

Redação O POVO Online 

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