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Presos passam mal em delegacia de Maranguape devido à superlotação

Atualmente a unidade abriga 33 presos, enquanto que a capacidade máxima é de apenas 10, divididos em dois xadrezes. Devido ao calor e à superlotação, três presos foram encaminhados à UPA do município
17:58 | Mai. 11, 2016
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Tipo Notícia

Três presos passaram mal devido à lotação e à pouca circulação de ar, na Delegacia Metropolitana de Maranguape, Região Metropolitana de Fortaleza nesta última segunda-feira, 9, e terça-feira, 10.

Uma denúncia sobre o caso vem sendo compartilhada, nos últimos dias, por usuários do WhatsApp. Conforme a denúncia, devido à lotação e à pouca circulação de ar, os presos tiveram queda de pressão e foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sendo posteriormente conduzidos à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Maranguape.

Informações repassadas na mensagem ainda dão conta que a unidade recebe metade do contingente (34) existente atualmente no presídio local (65).

Uma funcionária da delegacia, cuja identidade será preservada, confirma as informações que circulam na rede social. "Aqui tem 33 presos, mas a capacidade é só de 10. São apenas dois xadrezes que comportam cinco pessoas, cada um. Estavam interditados pela vigilância sanitária, mas continuam funcionando", frisa.
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A funcionária ratifica que dois detentos passaram mal por uma queda de pressão provocada pela superlotação e calor. Os presos da unidade foram atendidos, liberados e retornaram à carceragem, onde, segundo relatam, se revezam para poder dormir.   

De acordo com a funcionária, enquanto a delegacia comporta mais do triplo (33 presos) de sua capacidade máxima (10 presos), a Cadeia Pública de Maranguape abriga, em seus cinco xadrezes, 60 presos. "Só com dois (xadrezes), temos a metade do que tem lá", critica.      
    
Em nota enviada ao O POVO Online, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma que, de acordo com a Polícia Civil do Estado, atualmente a Delegacia do município "está com 33 presos encarcerados em dois xadrezes".

Ainda conforme a nota, os presos que estão na Delegacia Metropolitana de Maranguape são transferidos, "à medida que novas vagas vão surgindo no sistema penitenciário".

A funcionária, por sua vez, ressalta que é necessário medidas mais enérgicas para amenizar a superlotação, um problema que afeta todo o Brasil.

"Infelizmente é um problema do próprio sistema e não é um 'privilégio' só daqui. É uma realidade no País e que só vai se resolver com ações mais efetivas", finaliza.  

Fuga

Em julho de 2015, sete presos fugiram da delegacia. Na ocasião, os presos, que permaneciam em uma só cela, fizeram um buraco na parede que dava acesso a um terreno próximo. Apenas um inspetor de plantão estava no local durante a ação. 

Em setembro do mesmo ano, 36 presos tentaram fugir, usando estratégia semelhante. Os presos cavavam um buraco, que já permitia a passagem de uma pessoa, e utilizavam um papel na parede para escondê-lo. A ação foi frustrada, após vistoria policial.

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