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Morte de grávida após atendimento em hospital causa protestos

O bebê também não sobreviveu. Hospital nega negligência. A população do município se mobiliza para cobrar melhores condições na assistência médica a gestantes e parturientes
11:55 | Jan. 05, 2018
Autor Bruna Damasceno
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Bruna Damasceno Repórter no OPOVO
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Tipo Notícia

[FOTO1]A dona de casa Maria Suely Torres de Morais, de 36 anos, morreu no último dia 26 de dezembro, após ser atendida no hospital filantrópico São Raimundo, em Limoeiro do Norte (distante cerca de 194 km da Capital). O bebê não sobreviveu. Familiares denunciam negligência médica. O hospital informou que aguarda emissão de laudo do Serviço de Verificação de Óbitos do Estado do Ceará (SVO) para se pronunciar.

 

 

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De acordo com o pai da paciente, João Torres, a filha deu entrada na unidade à meia-noite do dia 25, e ficou em trabalho de parto por mais de nove horas. “Às 23 horas, ela me chamou porque a bolsa tinha estourado, ela saiu daqui conversando, sadia e sem sentir dor”, relatou ao blog local TVJ1. Ele conta que chegou a pedir três vezes que fosse realizada uma cesariana, mas o pedido foi negado. “Eu queria que ele (médico) operasse minha filha", lamentou.

[VIDEO1] 

João narra que teve uma conversa com o médico após saber das mortes e que questionou a causa: “O que aconteceu, o que você fez com minha filha e meu neto?”. Ele relata que o profissional não soube responder, então insistiu por uma explicação. “Sabe! Eu, como analfabeto, sei... Para que maltrato maior que 12 horas da noite da segunda-feira até ás 9h30min da terça-feira?”, questionou destacando a peregrinação. Ainda em entrevista ao blog, ele afirma que recebeu um laudo informando que a Maria Suely sofreu uma hemorragia interna.

 

Mobilização 

 

O caso repercutiu e levantou questionamentos sobre a situação da assistência à saúde das gestante e parturientes no município. A população mobiliza abaixo-assinado cobrando apuração dos fatos. Mulheres, que afirmam ter passado por situações de vulnerabilidade na mesma maternidade após terceirização da gestão hospitalar, farão protesto neste sábado, 6. A gestão administrativa é da Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC).

 

Desde o início da tarde de quinta-feira, 4, O POVO Online tenta contato com a Secretaria Municipal da Saúde de Limoeiro do Norte (SMS), mas não teve retorno até o fim da manhã desta sexta-feira, 5. Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) informou que “o fato relatado se deu em um hospital filantrópico que não está sob gestão estadual”.  Por telefone, a representante da unidade saúde adiantou que a paciente recebeu o "atendimento necessário e que, durante o ocorrido, contava com a equipe completa", mas ainda aguardam laudo médico para esclarecer a causa da morte.


 

 

Colaborou Handal Américo 

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