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Caminhada pede justiça para caso José Maria do Tomé

Terceira Romaria da Chapada do Apodi reuniu cerca de 200 pessoas neste sábado, 20, na comunidade do Tomé, em Limoeiro do Norte. O agricultor e militante José Maria foi assassinado em 2010. Ninguém ainda foi preso

15:52 | 21/04/2013
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Mais uma caminhada em memória à figura e às lutas do agricultor José Maria Filho foi realizada neste sábado, 20, na comunidade do Tomé, em Limoeiro do Norte, a 207 km de Fortaleza. Zé Maria do Tomé, como era conhecido, foi um dos principais militantes na luta contra o uso de agrotóxicos em plantações na Chapada do Apodi. Mas foi assassinado com 25 tiros, em 21 de abril de 2010.

A Terceira Romaria da Chapada do Apodi reuniu cerca de 200 pessoas entre amigos, estudantes, representantes das pastorais sociais e militantes ambientais e sociais. A caminhada partiu do local onde Zé Maria foi assassinado, em uma estrada estreita, próximo ao aeroporto da Chapada, e seguiu até a Igreja Nossa Senhora de Fátima, na pequena comunidade do Tomé, onde o agricultor morava, com a mulher e os três filhos.

A caminhada foi marcada por gritos de justiça, rezas e discursos que denunciam o uso dos agrotóxicos nas plantações da região e a concentração fundiária na Chapada.

Em junho do ano passado, o MPE entregou denúncia à 1ª Vara de Justiça acusando como mandantes do crime o dono de uma empresa agrícola da região e o funcionário dele. Segundo amigos próximos de Zé Maria, que acompanham o caso, ainda não há qualquer resposta da Justiça quanto ao inquérito do MPE.

Água contaminada
Para Socorro Guimarães, uma das líderes da Associação de Moradores do Tomé, a morte de Zé Maria fortaleceu ainda mais a luta contra os donos de plantações, que pulverizam agrotóxicos e assim contaminam o solo e a água da comunidade. “Aproveitamos ainda para exigir água de qualidade para nosso povo e que parem destruir a natureza e as moradias para aumentar áreas de plantações na Chapada do Apodi”, denuncia.
Presentes na romaria, a mulher e os três filhos de Zé Maria empunhavam placas em homenagem ao agricultor. “Sempre me emociono e ainda temos medo, mas vou manter viva a memória do meu marido”, diz, emocionada, Branquinha Xavier, viúva do militante assassinado.

 

Redação O POVO Online com informações da repórter Luar Maria Brandão 

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