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Entenda por que as chuvas na região do Jaguaribe são importantes

Foi registrado abastecimento de água em 16 açudes cearenses nesta quinta-feira, 26
15:08 | Jan. 26, 2018
Autor Bruna Damasceno
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Bruna Damasceno Repórter no OPOVO
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Tipo Notícia
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As chuvas que banham o Ceará trazem esperanças de um novo cenário para o sertão. Mas é preciso ter calma. Precipitações da pré-estação são importantes para preparar o solo, mas o que definirá um abastecimento hídrico positivo é a quadra chuvosa. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) deu o melhor prognóstico nos últimos dez anos - 40% acima da média - com expectativa de aporte maior na região Norte do Estado. No entanto, é na região do Vale do Jaguaribe que estão localizados os maiores e mais importantes açudes, como o Castanhão e Orós. E é lá onde as precipitações precisam ser mais intensas.
 
[SAIBAMAIS]Nessas localidades, choveu em apenas seis dias neste começo de ano. Maiores volumes pluviométricos foram registrados em Orós (17,4mm), no último dia 21, e Banabuiú (15,4mm) nesta quinta-feira, 25.
 
Conforme mostrou a reportagem especial do O POVO, A Agonia em um "mar do sertão" , o abastecimento de Fortaleza e Região Metropolitana foi reduzido em setembro de 2017. O reservatório do Castanhão passou a receber aporte do açude Orós para complementar a água que é enviada para cidades jaguaribanas e Capital.
 
Do Castanhão, as águas seguem pelo Eixão das Águas até a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e o Porto do Pecém, locais que dependem das chuvas que caem na região do Jaguaribe para se manterem. Principalmente quando se leva em conta a alta concentração populacional na Capital e cidades vizinhas. A média histórica mensal de precipitação da região jaguaribana é de 24,4 milímetros.
 
Outro fator que precisa ser levado em conta para entender por que é importante que as chuvas tenha força na região é o econômico. É no Baixo Jaguaribe, por exemplo, onde concentram-se os dois maiores perímetros irrigados do Estado (Jaguaribe/Apodi e Tabuleiro de Russas). A agricultura familiar no local é intensa, principalmente em comunidades de Limoeiro do Norte. 
 
Por meio de nota, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)  esclarece que "a chuva não implica necessariamente em aporte. Além de cair no lugar certo, tem de cair na intensidade adequada”. De acordo com a Companhia, é necessário que as chuvas “sejam concentradas nas cabeceiras dos rios onde estão situados os 155 açudes monitorados pela Cogerh”, disse em nota.

Nesta quinta-feira, 25, foi registrado abastecimento de água em 16 açudes cearenses. O aporte atual é de 0,58 milhões m³, com destaque nos açudes Gameleira, da bacia do Litoral, Cocó, das bacias Metropolitanas, Gangorra e Martinópole, da bacia do Coreaú, e Pedras Brancas, da bacia de Banabuiú. 
  
Conforme ressalta nota da Cogerh, ainda é cedo para desenhar o cenário. "Antes de tudo é preciso aguardar o início de fato da quadra chuvosa que, no Ceará, acontece de fevereiro a maio. As chuvas de pré-estação são importantes para saturar o solo. Isso porque as primeiras precipitações são normalmente absorvidas pelo solo seco. O mais normal é que os aportes aconteçam nos meses de março e abril".  
 
Durante todo o mês de janeiro até esta quinta, foi registrado um aporte total de 11,62 milhão m³. Apesar do acréscimo, 21 municípios cearenses só possuem abastecimento de água até a próxima quarta-feira, 31, de acordo com o balanço apresentado pelo Grupo de Contingência do Governo do Estado.  
 
Como está o volume de água das bacias
Litoral (34,93%), Alto Jaguaribe (6,01%), Coreaú (48,96%), Metropolitanas (14,65%), Serra da Ibiapaba (18,67%), Médio Jaguaribe (2,13%), Salgado (8,36%), Acaraú (16,31%), Banabuiú (2,20%), Sertões de Crateús (0,22%), Curu (8,95%) e Baixo Jaguaribe (0,94%). 
 

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