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Em segundo dia de protestos, idosa é atingida com gás de pimenta em Icó

Professores são contra cortes salariais propostos pela prefeita Laís Nunes (PDT)
14:06 | Fev. 23, 2018
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Uma senhora de 86 anos, conhecida pela comunidade como Dona Creuza, estava protestando nessa quinta-feira, 23, junto com professores da rede municipal da cidade de Icó, contra os cortes no salário dos servidores. A Câmara aprovou nesta quinta-feira, 22, a redução pela metade no salário de integrantes do magistério. Em uma live no Facebook da Rádio Mais FM Educativa, enquanto dava entrevista, é possível ver o momento que a movimentação intensa dos manifestantes começa e a idosa é levada pelo filho para longe. “Estou aqui porque meus netos estudam”, disse ela.

As denúncias contra a ação policial presente na manifestação estão sendo feitas pelo Sindicato de Servidores de Icó. O secretário de comunicação da organização, Júnior Araújo, afirmou que houve violência por parte dos policiais desproporcional contra quem estavam presentes no protesto. Além disso, o Sindicato atribuiu a liderança da força policial ao secretário da Segurança Pública e Cidadania, Gilson Lima.

Este foi o segundo protesto da semana na cidade do interior do estado. O que motiva professores e moradores a irem às ruas é uma proposta da prefeita Laís Nunes (PDT) que faz cortes no salário de 362 profissionais da rede municipal de educação. Os manifestantes e integrantes de sindicatos são contra a medida e afirmam que houve irregularidades na votação, pedindo pelo anulamento.

 

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Júnior Araújo relatou que os sindicatos e professores irão recorrer judicialmente contra a medida, já que veem erros institucionais na decisão. De acordo com ele, a votação deveria ter sido nominal, com cada vereador falando sua decisão, mas isso não aconteceu. Outro ponto levantado é de que a proposta não teria sido avaliada pela Câmara Municipal antes da votação. Os manifestantes encaminharam um ofício pedindo um momento de negociação com o município para que as reclamações sejam ouvidas. Ao contrário, irão deflagrar greve na sexta-feira, 2 de março.

Resposta do secretário
Em entrevista ao O POVO Online, Gilson Lima afirmou que a força de contenção utilizada no protesto foi devido à tentativa de quebrar o cordão de isolamento que distanciava os manifestantes da Câmara Municipal, onde estava ocorrendo a segunda votação da medida. Ele disse que somente o gás de pimenta foi utilizado. Gilson narra que algumas pessoas estariam ameaçando vereadores de agressão, por isso julgou a proteção como necessária. “Quero deixar claro que os professores estavam se manifestando pacificamente, mas alguns baderneiros estavam com bombas e ameaçando funcionários da prefeitura. Sem a polícia, poderia ter ocorrido um linchamento”.

 

Resposta da Polícia Militar

Em nota, a Polícia Militar do Ceará (PMCE) informa que participou do plano de segurança montado para a sessão da Câmara, com a "participação de diversas instituições", e que, de acordo com o Comandante da PM de Icó, foi necessário "utilizar a força" de modo "proporcional" após "um grupo de cerca de 500 manifestantes" ter tentado "ultrapassar o perímetro de segurança delimitado", sendo utilizados "armamentos menos letais, como munições de borracha e 'spray' de pimenta". A PMCE ainda esclarece que a ação policial permitiu que a sessão acontecesse "normalmente" e que não foram identificadas pessoas lesionadas.

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