Após morte de médico, amigo de vítima relata mau atendimento no hospital de Guaramiranga
Ele afirma em texto que circula pelas redes sociais que o ápice do despreparo dos profissionais do local se deu quando o plantonista não soube como preencher o atestado de óbito
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente
[FOTO1]
Após morte do médico e perito do Departamento Nacional do Trânsito (Detran-CE), Carlos Antunes, vítima de um Infarto Agudo no Miocárdio (IAM), uma mensagem de um amigo denunciou a precariedade da estrutura do Hospital de Guaramiranga, local onde ele foi atendido. O texto foi compartilhado por WhatsApp e via redes sociais. Antunes faleceu na última segunda-feira, conforme noticiado pelo Blog do Eliomar. Entretanto, o hospital negou a falta de estrutura por meio de nota.
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
AssineO autor do texto, o médico Tadeu Feijão, elencou nove problemas pelos quais passa a unidade. Ausência de rota emergencial de acesso ao hospital, médicos sem treinamento em emergência, falta de equipamentos de emergência, como de tubos endontraqueais de pequeno calibre, foram alguns pontos citados.
Ele relata que tentou, juntamente com outro médico, reanimar Antunes com massagem cardíaca e respiração boca a boca por aproximadamente 25 minutos. Diante da ineficácia da ação, resolveu levá-lo ao Hospital, percurso que levou cerca de 10 minutos.
Ele afirma no texto que o ápice do despreparo dos profissionais do local se deu quando o plantonista não soube como preencher o atestado de óbito. "Precisamos pedir às autoridades que não permitam que uma cidade que recebe tanta gente em um evento continue assim”, escreveu.
Procurada pelo O POVO Online, a direção do Hospital Frederico Augusto Lima e Silva afirmou que os fatos foram distorcidos nas redes sociais. Em nota, eles explicam que o hospital tem todos os equipamentos necessários para fazer atendimentos de emergência e que a equipe médica está preparada para esse tipo de ocorrência. Sobre a morte de Carlos Antunes, a diretoria conta que o homem já chegou ao hospital sem sinais vitais.
“Um dos acompanhantes relatara, em redes sociais, que antes de levá-lo ao hospital, já haviam tentado reanimá-lo por aproximadamente 20 a 25 minutos, sem sucesso, e que a PCR, considerando o tempo de reanimação em casa e o deslocamento ao hospital, já se estendia por 40 minutos”. Após isso, foi constatado pelos médicos do hospital que o paciente não tinha mais pulso central. Seguindo protocolo médico, foi realizado o processo de Ressuscitação Cárdio Pulmonar (RCP), sem sucesso.
A nota declara ainda que o hospital teria disponibilizado uma ambulância que foi dispensada pelos amigos de Carlos. A direção se disponibiliza à família do paciente para mais explicações sobre o caso.
A equipe de reportagem também tentou entrar em contato com o autor do texto para uma outra declaração, mas foi informada por amigos que ele não dará entrevista devido à repercussão de sua mensagem ter sido maior do que esperava.
Leia a nota na íntegra:
A equipe do Hospital Frederico Augusto Lima e Silva está sensibilizada e consternada pelo falecimento do paciente CLMA e se solidariza, em condolências, à família pela dor da perda.
Sobre o fato, a direção vem a público esclarecer:
Os profissionais do referido hospital sempre trabalham incansavelmente para salvar vidas e prestar o melhor atendimento aos cidadãos de Guaramiranga e a todos que se dirigem à nossa cidade, contando com estrutura hospitalar adequada para o atendimento de urgência e emergência.
No último dia 12 de fevereiro de 2018, o paciente CLMA, 59 anos, deu entrada nesse hospital por volta das 17h40min, trazido da localidade de Linha da Serra, distante aproximadamente 11km de suas instalações, em transporte particular de passeio e já sem sinais vitais. A equipe de plantão do hospital, entretanto, já havia disponibilizado ambulância para imediato atendimento ao paciente, o que fora dispensado pelos acompanhantes.
No momento da admissão, os acompanhantes, dentre eles médicos, afirmaram a ocorrência de Infarto Agudo Miocárdio (IAM) e Parada Cardiorrespiratória (PCR), com a presença de pupilas midriáticas, com o paciente ainda em domicílio. Todavia, um dos acompanhantes relatara, em redes sociais, que antes de levá-lo ao hospital, já haviam tentado reanimá-lo por aproximadamente 20 a 25 minutos, sem sucesso, e que a PCR, considerando o tempo de reanimação em casa e o deslocamento ao hospital, já se estendia por 40 minutos.
Em seguida, foi realizado exame físico inicial, constatando-se a ausência de pulso central, já que o paciente havia chegado sem sinais vitais ao hospital, dando-se, dessa forma, seguimento às medidas de Ressuscitação Cárdio Pulmonar (RCP), segundo protocolo médico.
Deve-se destacar o intenso empenho de toda a equipe do hospital, composta por profissionais qualificados e preparados para o atendimento médico de urgência e emergência, contando com todos os equipamentos hospitalares necessários para salvaguardar as vidas em atendimento.
Lamentamos profundamente a distorção dos fatos divulgados em redes sociais, uma vez que tudo que estava ao alcance foi feito pela nossa equipe de profissionais.
Por fim, gostaríamos de enfatizar que a direção do hospital se encontra à disposição dos familiares para qualquer esclarecimento e a estes reiteramos nossos sentimentos, com o compromisso de que estaremos sempre buscando a melhor assistência aos moradores do município de Guaramiranga e visitantes.
A Direção do Hospital Frederico Augusto Lima e Silva
Redação O POVO Online