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Policiais impedem acesso da população em novo protesto contra retirada de água no Cauípe

Obra estava em andamento nesta segunda-feira pela manhã, conforme os moradores.
17:00 | Nov. 06, 2017
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Atualziada às 19h14min

 

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Em novo protesto contra retirada de água do Lagamar do Cauípe, na área do Eixão das Águas, população relata que foi impedida de acessar o trecho das obras pelo Batalhão de Choque, na manhã desta segunda-feira, 6. Os manifestantes se reuniram na área das obras, próximo à CE-085, por volta das 7 horas. A população se dispersou horas depois.

Os moradores do Cauípe criticam o projeto que prevê a retirada da água do manancial para o município de São Gonçalo do Amarante e distritos de Caucaia, ambos na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A água também será destinada ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém, com expectativa de vazão de 200 litros por segundo.

As comunidades temem escassez de recursos hídricos com esse desvio e dizem que a população da região, que vive da pesca e do turismo local, será prejudicada.

[FOTO2] O líder comunitário e morador do Planalto do Cauípe, Paulo Rubens França diz que os manifestantes não puderam se aproximar da barreira policial. "A gente estava tentando dialogar, tem duas audiências marcadas, mas os policiais disseram que iam reagir com balas caso alguém se aproximasse", disse, em entrevista ao O POVO Online.

Segundo Paulo, as comunidades terão audiências públicas sobre a obra nos dias 10, na Câmara dos Vereadores de Caucaia, e 24, na Assembleia Legislativa do Ceará. "O povo está a mercê das manobras do Estado e pede socorro", afirma. Com os atos, o cronograma da obra está atrasado, conforme o Governo do Estado.
A reportagem também procurou a assessoria de comunicação da Polícia Militar sobre a ação do Choque e aguarda resposta.

 

Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH) afirma que as medidas de captação de água do sistema do Cauípe foram adotadas após estudos que comprovaram a sustentabilidade das intervenções. A pasta diz ainda que as comunidades da região tiveram acesso ao projeto antes do início das obras.

 

A SRH sustenta que foram realizados quatro encontros entre gestores públicos e comunidades entre os meses de maio e outubro deste ano. "Essas agendas foram marcadas em pontos centrais da região e ônibus foram disponibilizados para garantir a participação de representantes das 27 comunidades. Os dois últimos encontros, realizados no dia 25 de outubro, contaram a presença do presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, do secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, e do Secretário Chefe de Gabinete do Governador, Élcio Batista", diz o texto.

 

"A SRH informa ainda que, diante da falta de chuvas registrada nos últimos seis anos, o projeto é uma das alternativas encontradas para complementar o atendimento de demandas de múltiplos usos, inclusive o abastecimento da sede de São Gonçalo do Amarante e distritos deste município e de Caucaia", conclui.

Redação O POVO Online

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