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Preso segurança suspeito de articular assalto a coreanos na Caucaia

Ele costumava prestar o serviço de segurança para fazer o translado do dinheiro sacado pelos asiáticos. O suspeito nega todas as acusações de envolvimento com a ação criminosa

20:56 | 10/11/2015
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Um homem de 31 anos foi preso nesta terça-feira, 10, no bairro Monte Castelo, em Fortaleza, suspeito de ser o mandante da saidinha bancária aos coreanos no Centro de Caucaia, no último dia 4, que vitimou Taehwan Roh, 39. Ele costumava prestar o serviço de segurança para fazer o translado do dinheiro sacado pelos asiáticos. O rapaz, identificado como Valmir Xavier Dias, nega todas as acusações de envolvimento com o crime.

De acordo com o escrivão chefe da DMC, Josenildo Menezes, logo após a ação criminosa, os policiais começaram a investigar os seguranças particulares que prestavam serviços para a empresa responsável pelo dinheiro sacado pelos coreanos, R$ 180 mil. "A nossa preocupação era identificar a origem das informações, de onde estavam saindo informações tão precisas e quem realizava o serviço de segurança", disse o policial.

Durante as investigações, um dos acusados presos em flagrante após a saidinha bancária, Patrick Kelvin Fati da Costa, de 21 anos, confessou em depoimento quem seria o mandante do crime e deu o endereço do homem, conhecido apenas como "Louro".
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Em operação conjunta da DMC e do Serviço Reservado de Caucaia, da Polícia Militar (PM), os policiais chegaram até a residência do suspeito citado como Louro, na rua Naturalista Feijó, no Monte Castelo. Segundo o escrivão, a Polícia ainda não sabia que o homem indicado pelo autuado era um segurança que prestava serviço para os asiáticos.

"Conversamos com os autuados, um deles resolveu confessar como tinha feito e contar quem seria o mandante. O Sérgio (outro preso em flagrante no dia do assalto) disse que não sabia, porque quem teria feito o contato foi o parceiro dele, o Patrick. Conversamos com o Patrick, que disse que se tratava de dois seguranças e que sabia onde um deles morava", explicou Josenildo. Conforme os policiais do Serviço Reservado, o segurança teria conhecido os assaltantes em uma praia e passado as informações necessárias para a dupla realizar o assalto.

Ao chegar ao endereço, as equipes da DMC e do Serviço Reservado tiveram a surpresa de encontrar Valmir, que seria o homem citado como "Louro". O segurança foi levado para a Delegacia, onde prestou esclarecimentos e negou qualquer envolvimento e que não conhecia a dupla presa em flagrante.

Inicialmente, ele compareceu à Delegacia apenas para prestar depoimento e seria liberado em seguida, mas a Polícia Civil conseguiu um mandado de prisão temporária expedido pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Caucaia. Conforme o documento, Valmir deve ficar preso por dez dias. A Polícia afirma que já identificou o outro segurança citado pelo acusado de ter participação no esquema criminoso.

Segurança chegou atrasado para buscar coreanos
No dia da saidinha bancária, Valmir foi chamado para fazer o traslado dos coreanos com o dinheiro. Segundo a Polícia, quando os asiáticos faziam o saque, o segurança era acionado e esperava os asiáticos na porta da agência bancária. Mas, no dia do assalto, ele teria atrasado de forma proposital para dar tempo da ação dos dois assaltantes.

"Quando os coreanos estavam com o dinheiro em mãos, ele era chamado. Quando ele (Valmir) recebeu a ligação, ligou para os dois (Sérgio e Patrick) e passou as informações de como eram os coreanos, e chegou atrasado ao local, quando o crime já tinha ocorrido. Ele sabia todo o movimento dos coreanos e que os asiáticos estavam desarmados", afirmou Josenildo.

Versão do segurança
Valmir afirmou ao O POVO Online que "tudo é mentira" e que a situação foi forjada pela Polícia. "Eu não o conheço (Patrick). Isso é tudo mentira. Os policiais ficaram tentando me obrigar a dizer que fui eu quem passou as informações. Acho que também fizeram uma pressão ao o assaltante para dizer que fui eu", disse ele.

Realizando o serviço para a empresa dos coreanos há cerca de três meses, o suspeito conta que era acionado com uma frequência quinzenal para dar assistência aos asiáticos e passou a realizar o trabalho depois de três tentativa de assaltos ao grupo. De acordo com Valmir, ele não estava esperando os coreanos na porta da agência, porque já havia sido multado duas vezes pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), quando esperava os asiáticos no local proibido. Desde então, ficavam na entrada de Caucaia esperando a ligação para buscá-los.

"Quando cheguei lá tinha muita gente. Eu liguei dizendo que um coreano havia levado um tiro. Antes de eu chegar aconteceu o imprevisto. Quem diz que eles já não estavam sendo seguidos? Ou um funcionário do banco ter passado as informações? A verdade vai aparecer, não estou preocupado", disse Valmir. A Polícia Civil descarta a participação de funcionários da agência bancária.

O crime
Taehwan Roh morreu após ser atingido com um tiro no abdômen. Ele e mais dois colegas asiáticos saíam da agência bancária após efetuarem um saque que seria de R$ 180 mil. O dinheiro estaria distribuído em duas bolsas. Uma delas estava com a vítima. Os dois suspeitos do crime teriam aproveitado um momento de descuido na saída dos coreanos e tomaram um dos malotes. Taehwan teria esboçado uma reação e acabou baleado.
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Conforme anotações da perícia, junto ao corpo dele foram encontrados R$ 69.950. Isso significa que pelo menos R$ 110 mil estariam na bolsa levada pelos suspeitos, que teria sido deixada nas proximidades da Secretaria da Fazenda (Sefaz) no Município e encontrada por uma faxineira, que devolveu a quantia de R$ 100 mil. A Polícia Civil investiga onde foram parar os R$ 10 mil restantes.

Os dois suspeitos do crime foram presos em flagrante logo após o assalto por uma equipe da Força Tática de Apoio (FTA). Em entrevista ao O POVO, um deles disse ser o responsável pelo tiro e que não tinha o objetivo de matar o coreano, apenas levar o dinheiro.

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