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Barracas de praia são atingidas pela maré nesta madrugada na Prainha, em Aquiraz

Quando perguntado sobre a estrutura que foi danificada, um dos proprietários assumiu a culpa. "Não foi o mar, foi o homem que avançou"
22:53 | Ago. 30, 2019
Autor O POVO
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Tipo Notícia

Diversas barracas de praia localizadas na Prainha, em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foram atingidas pela alta da maré durante a madrugada desta sexta-feira, 30. De acordo com os proprietários dos estabelecimentos, além da estrutura, materiais como cobertas, cadeiras e mesas foram arrastados pelo mar, aumentando ainda mais o prejuízo.

Seu Rogério, dono da Barraca do Pescador, conta que não tem como calcular a perda material que teve. Apesar de ter ordenado a retirada do entulho, formado pela alvenaria e estruturas de madeira que foram destruídos pela água, nenhum órgão do Poder Público procurou os proprietários para oferecer algum tipo de suporte. "Não é a primeira vez que isso acontece, e nunca ajudaram", relata.

Sobre o atendimento aos clientes durante o fim de semana, seu Rogério afirmou que não iria ter problemas em oferecer os serviços com regularidade. "Deus supre qualquer coisa. Mesmo o que perdemos, ele ajuda a recuperar".

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Quando perguntado sobre a estrutura que foi danificada, seu Rogério assume a culpa. "Não foi o mar, foi o homem que avançou. A barraca vinha até aqui (ele aponta para a metade do espaço que o estabelecimento agora ocupa), e nós avançamos mais".

Mais à frente, próximo à Lagoa Maceió, barracas com uma estrutura menos elaborada também foram bastante prejudicadas. Ao contrário das outras, que possuem alvenarias, áreas cobertas e mesas/cadeiras de madeira, estas barracas tem uma base, normalmente construída de metal.

O proprietário de um desses estabelecimentos, José Carlos, desconsiderou o prejuízo financeiro. Para ele, a maré seguiu seu curso natural e o fato de ele e os funcionários ainda estarem ali, significa que poderão continuar trabalhando e atendendo no local. Tranquilo, Zé Carlos, como é conhecido pelos vizinhos, estava deitado em uma rede enquanto brincava com o cachorro e conversava com a reportagem. Ele conversou sobre diversos assuntos enquanto relatava o acontecido, sempre minimizando os danos.

"Afastei o que podia. Mas, também, nós que estamos no lugar dela (maré). Ela não fez mal a mim, não. Eu que fiz mal a ela", justifica. Ele apontou o local onde tinha instalado a bomba d'água, de onde só era possível visualizar um cano branco no meio das ondas. "Toda vida é assim. Nós que avançamos. Agora, é arcar com o prejuízo e limpar. Aqui não andou vereador, não andou prefeito, não andou ninguém".

A estrutura de metal que serve de cozinha para uma dessas barracas era afastada para mais longe do mar enquanto a reportagem esteve no local. Assistindo ao trabalho, a dona de outro estabelecimento próximo relatou as perdas do proprietário da barraca que era afastada. "Ele perdeu umas 30 cobertas, além de mesas e cadeiras. Cada uma dessas cobertas custa cerca de R$ 200".

Dona Deise, também conformada com a situação, contou que a recuperação dos donos de barracas vai ser difícil, dada a baixa estação. "Se fosse período de férias, já seria mais rápido. A gente ia trabalhar para levantar tudo", disse. Mesmo assim, ela já se prepara para receber clientes durante o fim de semana. "Não podemos parar", concluiu.

O POVO tentou contato com a Prefeitura de Aquiraz por e-mail, com questionamentos quanto ao acontecido e sobre possível suporte aos prejudicados. Até o fechamento desta matéria, a solicitação não havia sido respondida.

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