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Beach Park reabre com brinquedo interditado, movimento intenso e público cauteloso

O parque fechou nessa terça-feira, 17, dia seguinte à morte de turista paulista em brinquedo recém-inaugurado. Algumas famílias evitavam brinquedos mais altos e demonstravam cautela extra, enquanto outras consideravam o episódio de segunda-feira uma fatalidade
17:45 | Jul. 18, 2018
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
[FOTO2]Esta quarta-feira, 18, foi dia de céu limpo, sol forte e grandes filas no Beach Park. O complexo aquático reabriu após um dia fechado, em função da morte do jornalista Ricardo José Hilário da Silva, de 43 anos, que morreu nesta segunda, 16, ao descer o "Vainkará". O brinquedo havia sido inaugurado dois dias antes do acidente. 
 
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Desde os pórticos de entrada do parque, muita movimentação. Às 11 horas, horário de abertura dos portões, comércio e bilheterias tinham movimento intenso. Além de quem já havia comprado os ingressos antecipadamente, muita gente adquiria o bilhete na hora.
 
Elza Santana, militar carioca que passa férias com a família no Ceará, relatou cuidado extra em deixar os filhos de 7 e 12 anos brincarem. "Depois do acidente, a gente fica apreensiva porque pode acontecer de novo. A gente proibiu a ida aos brinquedos mais radicais", diz ela, que já conhecia o parque de outras viagens.
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Turista de São Paulo, a advogada Andréa Abreu foi acompanhada da mãe e do filho de 7 anos. A família passa uma semana no Ceará. Ela disse não ter tido preocupações, mesmo após o acidente no parque aquático. "Foi uma fatalidade mesmo. Evitamos os brinquedos de maior altura e velocidade por conta da idade do meu filho, mas apesar do ocorrido o passeio está sendo agradável", detalha.
 
De Fortaleza, a microempresária Karine Almeida, 32, revela costume em visitar o parque. Já foi outras dezenas de vezes. Nesta quarta, estava acompanhada do esposo e de amiga turista de Alagoas. "Já não quero ir nesses brinquedos (arriscados). Costumo vir a cada dois ou três meses, mas hoje, tô assim, apreensiva", frisa Karine. 
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Equipamento 
O Vainkará permanece interditado até conclusão da perícia e reparos necessários. Na manhã desta quarta, a placa com o nome do brinqueado havia sido removida e os acessos permaneciam bloqueados.
 
Nos demais brinquedos, o movimento era intenso. Nas proximidades, visitantes apontavam dedos ao toboágua, reforçando: "Foi aqui, o acidente".
 
No Insano, o toboágua mais alto do parque, com 41 metros, alguns pareciam mais amedrontados. Dupla de atores performava, convidando à aventura no brinquedo. A aceitação parecia pequena e eles continuavam a perguntar: "Quem quer descer no Insano, agora?".
 
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Acidente
Nesta terça-feira, 17, o Beach Park lançou novo informativo. Levantamentos periciais iniciais reforçaram que a boia que levava Ricardo e outras três pessoas virou ao fim do percurso, dentro do toboágua. "É completamente equivocada a informação de que a boia ultrapassou a barreira de contenção do brinquedo e que os visitantes tenham sido arremessados", comunicou.
 
 
O parque mencionou ainda os dois anos e meio de desenvolvimento, implantação e testes do "Vainkará". O brinquedo foi interditado até conclusão da perícia. O parque fechou nesta terça. A Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur) vai conduzir as investigações.
 
Vítima
A Perícia Forense do Estado liberou o corpo de Ricardo na manhã desta terça. O turista era locutor e radialista e apresentava programa matinal na Rádio Nova Brasil FM. Ele deixa uma filha de 8 anos.
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Mais conhecido como Ricardo Hill, ele teve passagens por grandes emissoras paulistas, como Metropolitana FM 98.5, Jovem Pan FM 100.9, Transamérica FM 100.1 e na Rádio Cidade FM 96.9. Trabalhou ainda em Sorocaba, Piracicaba e Indaiatuba. A Band FM 102.7 publicou nota de pesar, em página oficial do Facebook:
 
 
Leia a íntegra do comunicado assinado pela diretoria do Beach Park:
O Beach Park esclarece que está totalmente dedicado ao suporte à família de Ricardo José Hilário da Silva e apoiando as investigações dos órgãos responsáveis pela perícia, que estiveram hoje dentro do parque. A família e a vítima já estão a caminho de sua cidade de origem.

O Beach Park reforça que possui alvará de funcionamento e que são realizados testes em todas as atrações antes de inaugurarem oficialmente. Para o lançamento do Vainkará, que levou dois anos e meio para ser desenvolvido e instalado no parque, a empresa canadense ProSlide, desenvolvedora do brinquedo e fornecedora de atrações dos maiores parques aquáticos do mundo, realizou inúmeros testes com uma equipe especializada enviada ao Brasil e autorizou o início da operação do equipamento.

O parque reitera que é completamente equivocada a informação de que a boia ultrapassou a barreira de contenção do brinquedo e que os visitantes tenham sido arremessados. A boia virou no final do percurso dentro da atração, já próximo da piscina. A perícia está sendo realizada pelas autoridades com apoio do Beach Park e a identificação das causas do acidente só será confirmada após a finalização deste trabalho.

O Beach Park lamenta muito o ocorrido e reforça seu compromisso prioritário com a segurança e a integridade de seus visitantes por meio de treinamentos diários com toda a equipe.

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