Nova detecção de câncer do colo deve chegar em todo o Brasil até 2026
O Ceará é um dos estados que já foram contemplados, com lançamento nacional na última sexta-feira, 15, e visita de comitiva do Ministério da Saúde
A implementação do teste de biologia molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pelo rastreamento organizado do câncer de colo do útero, deve chegar em todo o Brasil até dezembro de 2026. A iniciativa foi lançada na sexta-feira, 15, inicialmente em 11 estados e no Distrito Federal, incluindo o Ceará.
De acordo com o Ministério da Saúde, a tecnologia é 100% nacional e detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV). A presença do vírus no organismo é identificada antes da ocorrência de lesões ou câncer em estágios iniciais.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
No Ceará, o Instituto de Prevenção do Câncer (IPC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), recebeu comitiva com o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, e a diretora da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Regina Vianna Brizolara.
“É um método moderno, que representa um avanço para o rastreamento organizado do câncer de colo do útero no Ceará e em todo Brasil”, ressalta Weibe. Em Fortaleza, o novo teste deve beneficiar mais de 730 mil mulheres (no período de cinco anos).
A ação também começa a ser oferecida gradualmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, e no Distrito Federal. Nesses estados, a oferta deve possibilitar o rastreamento precoce a cerca de 5,6 milhões de mulheres em cinco anos.
Brasil passa a adotar esquema de dose única contra o HPV | SAIBA MAIS
Detecção precoce do câncer de colo do útero: Ceará já recebeu tecnologia
O público-alvo do rastreamento são as mulheres cisgênero, com a inclusão de homens transgênero, indivíduos não binários, de gênero fluido e intersexuais nascidos com sistema reprodutivo feminino.
Os estados contemplados e o Distrito Federal foram selecionados por já contarem com serviços de referência para colposcopia e biópsia, o que garantiria o fluxo assistencial completo no caso de pacientes com alteração nos resultados.
“O novo teste é um produto do Sistema Único de Saúde que por muito tempo foi caro, mas agora, com a tecnologia nacional, temos condições de ofertar para todas as mulheres brasileiras”, explicou Regina Brizolara.
O teste foi produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz, e deve substituir o exame citopatológico Papanicolau. Este passará a ser realizado apenas para confirmação de casos em que o teste DNA-HPV indicar resultado positivo.
A nova tecnologia deve ampliar os intervalos de rastreamento em até cinco anos. Para ter acesso, basta marcar consulta ginecológica nas Unidades Básicas de Saúde.
“O câncer de colo do útero é uma doença totalmente evitável, mas temos anualmente no Brasil cerca de 6 mil vidas que se perdem, porque, infelizmente, descobrem tardiamente a doença. Queremos mudar essa realidade”, completa Brizolara.