Ceará tem 83% concludentes do ensino médio inscritos no Enem
Dados do Censo da Educação Superior 2022 foram divulgados nesta terça-feira, 10
Dos estudantes que concluíram o ensino médio no Ceará, 83,1% se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Estado fica no topo do ranking nacional. No Brasil, menos da metade fez esse percurso (48,4%). Dados do Censo da Educação Superior 2022 foram divulgados nessa terça-feira, 10, pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Segundo Ocimar Munhoz Alavarse, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP), onde coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional (Gepave), o dado nacional é preocupante.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"O Ceará desenvolve uma política de difusão de informações sobre o Enem, aumentando o conhecimento dos estudantes sobre o exame e, mais importante, promovendo campanhas para que se inscrevam. Algo que, associado a uma compreensão dos resultados escolares do Ceará, pode fazer com que os jovens acreditem mais no seu potencial", cita, como uma razões para o destaque do Estado.
Para Wagner Andriola, coordenador do mestrado em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Ceará (UFC), "revela o sucesso de políticas desenvolvidas há três, quatro décadas".
Com fortalecimento do ensino fundamental e, posteriormente, do ensino médio com foco na formação de professores e avaliação dos resultados educacionais.
Um dos destaques do censo foi o aumento da modalidade de ensino a distância no ensino superior. Número de cursos de graduação a distância quase triplica em quatro anos — aumento de 189,1%. Total saiu de 3.177 em 2018 para 9.186 em 2022.
Wagner Andriola frisa que a pandemia da Covid-19 acentuou a tendência de aumento desse tipo de ensino. "Uma rede desenvolvida e sofisticada". Segundo ele, perspectiva é que essa modalidade se fortaleça.
O Censo também mostrou que, nos últimos quatro anos, o número total de vagas oferecidas em cursos presenciais caiu 11% e as vagas em cursos a distância aumentaram 139,5%.
O professor Ocimar Alavarse, da USP, pondera que muitos cursos não oferecem o acompanhamento necessário ao aluno. "Esse cenário exige uma política de acompanhamento sistemático", avalia.
Dos 4,75 milhões de estudantes que ingressaram em cursos de graduação no Brasil em 2022, 3,1 (72%) milhões foram na modalidade EaD e outros 1,6 milhão na modalidade presencial. Os dados revelam a média é de 171 alunos para cada professor nos cursos a distância e 22 por docente na modalidade presencial.
Segundo o Censo, em 2022, 21,2% dos jovens entre 18 e 24 anos não frequenta nem concluiu o ensino médio. A maioria (43,4%) não está no ensino superior, mas concluiu o ensino médio. Outros 20,2% frequenta a educação superior. Há ainda 9,9% que frequenta o ensino médio, 4% que não estuda mas já concluiu a educação superior e 1,2% que ainda frequenta o ensino fundamental.
Os pesquisadores relacionam que os dados estão associados, em muitos casos, à situação de vulnerabilidade, como de alunos que precisam trabalhar e não conseguem seguir nos estudos.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente