Banco de dados da OMS: estudo de aluno cearense analisa potencial do limão no combate ao coronavírus

O estudo teve como objetivo analisar o potencial dos compostos derivados de limonóides frente a protease principal (Mpro) da replicação da SARS-CoV-2.

Um trabalho sobre a Covid-19 desenvolvido por Victor Moreira de Oliveira, estudante de graduação do curso de Licenciatura em Química, da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam/Uece), em Limoeiro do Norte-CE, foi indexado à base de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo teve como objetivo realizar uma triagem teórica de caráter farmacológico auxiliada por simulações computacionais para analisar o potencial dos compostos derivados de limonóides frente a protease principal (Mpro) da replicação do SARS-CoV-2.

Em material de divulgação da Uece, o jovem cientista, que foi orientado pelo coordenador do grupo de Química Teórica e Eletroquímica (GQTE/Fafidam), professor Emmanuel Silva Marinho, explicou que os estudos consistem em analisar os compostos naturais derivados de limonóides, encontrados em frutas cítricas e em algumas plantas.

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“Ou seja, na pesquisa são analisados alguns compostos de limonóides contra a Covid-19, contra essa proteína da Covid. Assim, estamos avaliando se esses compostos têm, ou não, potencial de combate ao vírus”, explica Victor.

Os estudos, que iniciaram em junho de 2020, renderam ao jovem a publicação do artigo intitulado “Molecular docking identification for the efficacy of natural limonoids against Covid-19 virus main protease” na revista Journal of the Indian Chemical Society – Elsevier – em setembro de 2021, que, no ano de 2022, foi incorporado na base de dados sobre Covid-19 de domínio da OMS.

 

Objetivo do estudo

 

Segundo os organizadores da pesquisa, o intuito é desenvolver novos fármacos biologicamente ativos e seguros para o consumo humano e reduzir efeitos colaterais, por meio de técnicas de modelagem molecular. Essas técnicas consistem na busca de novos protótipos terapêuticos que visam o tratamento de doenças cada vez mais complexas e perigosas.

No estudo, utilizou-se a técnica de triagem baseada em docagem molecular, um método que visa analisar uma possível interação que possa existir entre uma proteína (Alvo) e um ligante. Assim, formando um complexo entre ligante-proteína, que posteriormente será analisado com o auxílio dos dados obtidos através da simulação computacional.

“Na pesquisa, são realizadas simulações para formação de um complexo. A partir disso teremos informações para avaliar a capacidade que os limonóides têm sobre o vírus da Covid-19. Obviamente, será necessário o desenvolvimento de novas pesquisas, sendo, ainda, essencial, uma validação por meio de métodos de bancada”, destacou o jovem na matéria divulgada no portal da Uece.

Diante dos resultados já encontrados, foi possível constatar, de forma teórica, que entre os oito compostos limonóides analisados, se destacam os ligantes com interações satisfatórias frente a Mpro SARS-CoV-2, mostrando atividade promissora contra a Covid-19. São eles:

- Eufadienol;

- Desacetilespathelina;

- Calodendrolídeo;

- Pedonina;

- Harrisonina; 

- Dasacetilnimocinol.

Para o professor Emmanuel Marinho, a relevância e o impacto da pesquisa é demonstrado no fato do estudo ter sido indexado pela OMS. “Uma vez indexada pela OMS, na hora que pesquisadores de diversas partes do mundo forem buscar por ‘fármacos potencialmente para Covid’, o primeiro índice de pesquisa vai ser pela OMS. Então, isso nos traz alegria e reconhecimento pelo nosso trabalho”, fala o docente em matéria divulgada no portal da Uece.



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