Bombeiros resgatam cobra em Ipueiras e gato em Canindé
Ambos os animais estavam dentro de veículos e foram retirados sem ferimentos; após resgate, cobra foi devolvida à natureza em área de proteção ambiental, longe de residênciasDois casos de resgates a animais foram registrados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) nessa segunda-feira, 16. As informações foram repassadas pela própria corporação.
Em ambos os casos, os animais estavam dentro de veículos. Eles foram resgatados sem ferimentos.
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O primeiro aconteceu em Ipueiras, no Sertão de Crateús, na parte da manhã. Os bombeiros foram acionados após uma cobra ser vista no motor de um caminhão, que pertence a uma empresa de transporte de cargas.
Os oficiais chegaram ao local e localizaram a jiboia, resgatando o animal com uma pinça específica para a retirada segura de cobras. Ao constatarem que o bicho não estava ferido, os bombeiros devolveram o animal à natureza, em área de proteção ambiental, distante de zonas residenciais.
À tarde, em Canindé, a 121 km de Fortaleza, outra ocorrência similar. Um filhote de gato ficou preso na estrutura de um carro, próximo ao motor, e não conseguia sair.
Os bombeiros usaram um macaco hidráulico para levantar o veículo e retirar o animal, que também não tinha ferimentos. O destino do gato não foi informado pela corporação, mas, diferentemente de animais silvestres, bichos domésticos não são deixados na natureza.
Corpo de Bombeiros diz que animais silvestres não devem ser mortos
A recomendação do CBMCE é que, ao encontrar bichos selvagens em áreas residenciais, não deve-se matar os animais. O correto é solicitar, pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), a presença dos bombeiros, que são treinados para remoção segura dos animais silvestres.
Não há benefícios em matar animais selvagens nestes encontros, caso não estejam representando perigo imediato. O correto é mantê-los a uma distância segura, sob vigilância e possivelmente restritos a um espaço que não possam escapar ou gerar risco para pessoas e animais domésticos. Após o resgate, os bichos são levados para áreas de mata e devolvidos à natureza.
Além de ser um possível crime ambiental, especialmente para espécies protegidas ou ameaçadas de extinção, matar animais silvestres pode gerar problemas. Ao fazer isso, quebra-se a cadeia alimentar de diversas espécies, o que, em larga escala, agrava problemas ambientais.
Aves de rapina, por exemplo, embora por vezes se alimentem de carcaças e até de lixo, também são predadores de pequenos roedores e aranhas. Cobras e serpentes, por sua vez, também têm grande importância no ecossistema. Sua principal função é evitar o crescimento descontrolado na população de ratos.
Além disso, espécies peçonhentas, que injetam toxinas pela mordida - o que não é o caso da jiboia, que mata suas presas apertando-as até sufocar - são úteis para desenvolver soros contra as próprias picadas. Essas espécies também podem ser usada para a pesquisa de remédios. O captopril, usado no tratamento para hipertensão, por exemplo, é derivado do veneno de jararaca.
Outros animais geralmente mortos em encontros com humanos também têm importância significativa. Um exemplo é o cambá (ou cassaco), que, por ser imune ao veneno do escorpião, é um grande aliado no controle desse aracnídeo.