Saiba como atuava grupo criminoso que aplicava golpes de empréstimos no Ceará

Segundo a Polícia, o grupo atuava oferecendo a portabilidade dos empréstimos alegando a possibilidade de juros menores

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), por meio da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), prendeu oito pessoas envolvidas na aplicação de golpes contra servidores públicos por meio de substituição de empréstimos consignados. A maior parte das vítimas é de pessoas idosas já aposentadas.

A ação faz parte da segunda fase da operação “Portabilidade Falsa” e teve como alvo uma empresa que tem sede no bairro Aldeota. A primeira fase ocorreu com a investigação da mesma quadrilha. Segundo a Polícia, o grupo atuava oferecendo a portabilidade dos empréstimos alegando a possibilidade de juros menores. Com os dados das vítimas, os suspeitos realizavam um empréstimo real em bancos e, quando o valor caia na conta da vítima, a empresa afirmava que havia acontecido um "erro".

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Assim, a empresa se oferecia para mediar a correção da situação, com uma "seção de crédito". Nesse processo, a empresa destinava 10% do crédito às vítimas, enquanto ficava com 90% do valor, ficando responsável por pagar as parcelas ao banco real. "Acontece que a empresa pagava algumas parcelas e depois simplesmente deixava de pagar, se apropriava desse valor do empréstimos", explica Carlos Teófilo, delegado adjunto da Delegacia de Defraudações. Dessa forma, a vítima ficava com o empréstimo que já tinha e com o novo feito pelos suspeitos.

Assim que parava de pagar as parcelas, a empresa sumia e depois criava um novo nome, com um novo CNPJ, para dificultar ser encontrada. O valor embolsado pela empresa ainda está sendo calculado, mas deve ultrapassar mais de R$ 12 milhões, quantia encontrada na primeira fase da operação. 

Foram apreendidos celulares, computadores e documentos na empresa.

De acordo com o delegado, os estelionatários compraram um sistema ilegal com os dados dos aposentados do Ceará, com acesso ao telefone e endereço. Na fase anterior, a mesma quadrilha usou o outra para praticar o crime. Mais de 80 vítimas, segundo o delegado, caíram no golpe.

Um homem de 69 anos foi uma das vítimas. Aposentado do Exército Brasileiro, ele conta que o prejuízo dele ultrapassou R$ 800 mil. "Eles chegaram a ir lá em casa, me oferecer esse empréstimo. Fico me sentindo um estúpido por ter caído", lamenta.

Segundo o delegado, os estelionatários sabem enganar as pessoas mais vulneráveis. Por isso, recomenda que, antes de realizar qualquer transação com uma empresa, consulte sempre o gerente do seu banco e um parente em quem confie.


Com informações da repórter Angélica Feitosa

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