Casa noturna deve indenizar em R$15 mil delegado impedido de entrar armado no estabelecimento
O delegado da Polícia Civil do Ceará Huggo Fernandes está sendo indenizado por danos moraisA Justiça do Ceará, através da 24ª Unidade do Juizado Especial Cível de Fortaleza, sentenciou na última sexta-feira, 11, a casa noturna localizada no bairro Meireles Austin pub a indenizar em R$ 15 mil o delegado da Polícia Civil do Ceará Huggo Leonardo por danos morais. Em janeiro de 2020, o delegado foi impedido de entrar nesta casa noturna, pelo proprietário do estabelecimento, por estar armado.
Na ocasião, o policial civil, que atualmente está lotado como titular na Delegacia Metropolitana de Caucaia, deu voz de prisão a um dos proprietários do estabelecimento e a Polícia Militar (PM) encaminhou o empresário ao 2º Distrito Policial, onde foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desobediência e, em seguida, liberado.
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AssineO caráter vexatório pelo qual o delegado passou no clube foi lembrado pela defesa. Consta nos autos do processo que a porta de entrada do estabelecimento foi fechada de forma abrupta, impedindo o ingresso do cliente na casa por portar uma arma funcional, quando não existiam evidências de que o mesmo estaria sob efeito de bebida alcoólica, além disso, o pé de Huggo teria ficado preso na porta quando ela foi fechada. "Configura uma situação vexatória capaz de gerar o dever de indenizar, ainda mais quando a ação é praticada na entrada do local, diante de outros clientes que ali passavam", como consta no documento.
Para o advogado da assessoria jurídica da Associação dos Delegados de Polícia Civil, Leandro Vasques, a decisão demonstra o cumprimento da lei pelo abuso praticado pela empresa ao violar a imagem do delegado. "A decisão ganha relevância para toda a categoria policial, na medida em que traduz o reconhecimento de uma prerrogativa legal àqueles que dedicam suas vidas para a proteção da sociedade e não podem ter seus direitos tolhidos pelo alvedrio abusivo de uma empresa particular", comenta Vasques.
A defesa da casa noturna e do proprietário, representada pelo advogado Rodrigo Portela, foi contactada por e-mail, mas não obteve retorno até o horário de publicação.
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