Esquema da vacinação em Fortaleza acentua desigualdade, aponta Comitê

Dentre as queixas do Comitê Popular de Enfrentamento à Covid-19, estão os transtornos causados pela dificuldade em conseguir os atestados médicos, a dificuldade de uma parcela da população de chegar ao local de vacinação e o desconhecimento sobre o próprio agendamento

Fortaleza iniciou na última quarta-feira, 5, a terceira fase da vacinação contra a Covid-19. Essa fase inclui pessoas com comorbidades, grávidas, puérperas e pessoas com deficiência permanente. E, conforme o Comitê Popular de Enfrentamento à Covid-19, alguns fatores logísticos acentuaram ainda mais as dificuldades de acesso ao imunizante da população das periferias.

De acordo com o Comitê, a gestão municipal precisa estar atenta aos agendamentos em locais de difícil acesso para uma parte da população, ausência de recursos financeiros dos usuários para ir ao posto de vacinação, desconhecimento sobre o próprio agendamento e dificuldades em conseguir o atestado médico.

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O articulador da organização, Adriano Almeida, alega que a preferência da gestão pelo uso exclusivo de esquemas digitais e de postos centralizados, neste processo, acentua ainda mais as desigualdades.

“Inicialmente os pontos de vacinas eram apenas nas áreas nobres de Fortaleza. A descentralização só aconteceu porque batemos em cima e acionamos o Ministério Público. Além disso, nem todo mundo tem transporte para levar seu idoso ao posto de vacinação ou drive-thru. Isso exclui boa parte da sociedade que é vulnerável. Fora isso tem a questão tecnológica, nem todo mundo tem smartphone ou e-mail para criar uma conta”, argumenta.

O cientista social também fez críticas ao Governo Federal. Segundo Almeida, a gestão nacional criou problemas para si mesma. “A Prefeitura, isoladamente, não tem culpa. O Governo Federal assumiu a proposta de imunidade de rebanho, por causa disso não se organizou e nem priorizou a compra de imunizantes no segundo semestre do ano passado. Ele só começou a comprar o imunizante por causa da pressão pública”, conclui.

O POVO procurou a Secretaria da Saúde do Município de Fortaleza (SMS) no início da manhã desta quarta-feira, 12. Não houve retorno da pasta até a publicação desta matéria.

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Sobre o Comitê

O Comitê Popular de Enfrentamento à Covid-19 de Fortaleza é uma iniciativa de articulações populares de luta por direitos humanos básicos. Ele é um canal de ouvidoria para a comunidade, no qual moradores procuram a organização para dar visibilidade a suas demandas. O Comitê Popular é uma instância Comunitária de Vigilância em Saúde Coletiva.

Reunião do Comitê Popular de Enfrentamento à Covid-19
Reunião do Comitê Popular de Enfrentamento à Covid-19 (Foto: Reprodução/ WhatsApp)

 

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