Lideranças religiosas divergem sobre volta de celebrações presenciais; veja como fica no Ceará

Igrejas católicas aguardam posicionamento do governador Camilo Santana. Parte das igrejas evangélicas retoma celebrações neste domingo de Páscoa

As atividades religiosas foram liberadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques para que sejam realizadas de forma presencial em todo o Brasil. Tomada nesse sábado, 3, a decisão é controversa na visão de diferentes líderes religiosos de Fortaleza.

No Ceará, as cerimônias religiosas presenciais estavam suspensas por decreto estadual que visa conter os avanços da Covid-19. Com intuito de restringir a quantidade de pessoas nas ruas e reduzir o contágio da doença, a suspensão está em vigor até então.

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De acordo com Nunes Marques, no entanto, as determinações estariam ferindo o "direito fundamental à liberdade religiosa". "Proibir pura e simplesmente o exercício de qualquer prática religiosa viola a razoabilidade e a proporcionalidade", considerou ele.

No despacho, o ministro determinou que estados, municípios e o Distrito Federal não podem editar ou exigir o cumprimento de decretos que proíbem “completamente” celebrações religiosas presenciais para evitar a disseminação da Covid-19.

A decisão divide opiniões entre líderes religiosos com atuação na Capital.

Confira o posicionamento de alguns deles

 

Arquidiocese de Fortaleza

A Arquidiocese de Fortaleza informou que o arcebispo Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques só irá fazer o seu comunicado sobre a reabertura dos templos católicos após o pronunciamento do Governo Estadual. Assim, as missas deste domingo de Páscoa seguem no formato online nas paróquias. Governador Camilo Santana divulgará na tarde deste domingo de Páscoa, 4, se haverá reabertura ou a continuação do lockdown no Ceará.

 

Igreja Batista Soul Livre

A igreja Batista Soul Livre informou por meio de nota que “infelizmente” a perspectiva do cenário atual não é de mudança, “a não ser por meio da vacinação em massa da população, o que não ocorrerá em curto prazo”.

Por isso, de acordo com o pastor Filipe Scarcella, a decisão monocrática foi recebida com espanto e tristeza. "A permissão do funcionamento de templos religiosos em todo o território nacional, sem considerar o nível de transmissão do vírus, do número de mortes ou de decretos estaduais e municipais é uma irresponsabilidade. Em nome de Deus isso pode colocar a vida de milhões de pessoas em risco iminente de morte", projetou.

Por fim, o pastor conta que a instituição religiosa decidiu manter todas as atividades apenas em formato virtual até que, “segundo a ciência, seja de fato seguro estarmos juntos presencialmente”.

 

Igreja do Senhor Jesus

Por meio das redes sociais, o pastor e fundador da Igreja do Senhor Jesus, Apóstolo Luiz Henrique, comemorou a decisão de Nunes Marques. Também deputado estadual pelo PP, ele pediu orações ao ministro do STF por causa da decisão.

“E vamos orar mais por todos que se encontram no poder. A Bíblia diz que o poder, a autoridade, é delegada pelo próprio Deus aos homens. Então que Deus abençoe este homem (ministro Nunes Marques) e a todos que se posicionam pelo Cristianismo autêntico, pela Igreja, pela família, pela pureza das crianças e pelos valores que nós cristãos conhecemos e vivemos. Beijo para vocês e, neste domingo, a igreja já aberta”, disse ele em vídeo compartilhado no Instagram.


Igreja Universal do Reino de Deus

A Igreja Universal do Reino de Deus também comemorou a decisão. No Instagram nacional da denominação, a instituição anunciou: “Voltamos com os cultos presenciais já a partir deste domingo 4 de abril em todo o Brasil, por decisão do STF.”

Pastor da mesma denominação, o vereador de Fortaleza Ronaldo Martins classificou a liberação como uma “notícia boa”. “Graças a Deus, é uma grande vitória e uma excelente notícia”, afirmou pelo Instagram.

 

Ministério Canaã

O Ministério Canaã, por sua vez, continuará com os encontros online. Nesta tarde, o pastor Davi Goes enfatizou que a “igreja sempre foi um essencial”, mas não mencionou um possível retorno aos cultos presenciais.

“Neste tempo de pandemia, onde os templos estão fechados muitos cristãos estão se afastando de Deus. Obviamente por estarem andando sem pastores. Os cultos pela internet tem até favorecido o aquecimento da fé, mas nada substitui o ajuntamento, as pessoas reunidas no templo para adorar ao Senhor. Chegará o tempo em que estaremos juntos novamente, mas se faz necessário que agora, hoje, neste momento, você se esforce o máximo possível para ter sua fé fortalecida em Cristo”, afirmou.

 

Atividade essencial em Fortaleza

Na Capital, a bancada religiosa da Câmara Municipal tem articulado para que a lei que classifica templos religiosos como serviços essenciais durante a pandemia seja colocada em prática nesta semana. O projeto de lei, aprovado em fevereiro, é de autoria do bispo e vereador Ronaldo Martins. A proposta foi sancionada no dia 11 de março pelo prefeito José Sarto (PDT), mas ainda não tem regulamentação.

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