Condenado a 28 anos de prisão, PM acusado de estuprar enteadas menores de idade é demitido

Uma das meninas contou que era abusada pelo militar desde os sete anos. Caso foi denunciado em 2016 e homem ainda pode recorrer

Condenado a 28 anos de prisão, um subtenente da Polícia Militar do Ceará foi demitido pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD), dos órgãos da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). A exoneração foi publicada na última quinta-feira, 18, após denúncias de violência sexual cometidas por ele contra enteadas serem confirmadas pela Justiça.

O caso foi denunciado em 2016, quando chegou ao fim o relacionamento do PM com uma mulher mãe de duas filhas. À época, a mulher alegou sofrer agressões físicas do militar, mas que não o denunciava por ser intimidada com ameaças de morte.

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Apesar do medo, ela levou o caso à Polícia pois havia um agravante: suas filhas revelaram que sofriam abusos sexuais do agora ex-padrasto. Em meio aos depoimentos, as meninas contaram eram violadas durante o dia, quando ficavam sozinhas com o PM, já que a mãe trabalhava fora e só chegava em casa no período noturno.

À época da denúncia com 12 ou 13 anos, a menina mais nova informou que começou a enfrentar as violências aos dez anos de idade. Já a irmã mais velha disse que os abusos começaram quando ainda tinha 7 anos. No período dos depoimentos ela tinha entre 14 e 15 anos.

“Notadamente, as acusações levantadas pelas vítimas são extremamente graves, uma vez que na condição de vulneráveis torna a conduta imputada ao aconselhado (o PM acusado) ainda mais desonrosa”, escreveu Rodrigo Bona Carneiro, controlador de disciplina na decisão pela demissão do PM.

Ao longo de todo o processo, o PM negou as acusações e ainda apontou que a ex-companheira (mãe das meninas) "possuía surto psicótico”.

Ainda assim, Bona Carneiro reforçou que não havia contradição nos depoimentos das vítimas. "Nos termos, as vítimas mantêm a coerência do que fora denunciado desde o início das apurações preliminares", disse. O PM ainda pode recorrer à decisão, que foi enviada à Polícia Militar.

Entenda-se

  • O POVO não divulgou o nome do PM por receio de identificar as vítimas.
  • Por se tratar de estupro de vulnerável, o processo tramita em segredo de Justiça.
  • O POVO busca contato com a defesa do PM.

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