Ceará registra maior número de óbitos em 18 anos, com 56 mil mortes em um ano

Período de março de 2020 a fevereiro de 2021 registrou um aumento de 24,6% nos óbitos com 11 mil mortes a mais em relação à média histórica do Estado, conforme levantamento feito pela associação que reúne cartórios do País

O Ceará registrou o total de 56.551 mortes no “ano da pandemia da Covid-19”, de março de 2020 a fevereiro de 2021. Deste total, 12.033 são de óbitos ocasionados pelo novo coronavírus. O total aponta aumento de 24,6% nos óbitos, com 11.197 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos em 18 anos, quando o percentual sempre esteve em 2,5%. Foram 22,1 pontos percentuais a mais no último período. Na comparação ao ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 7,4% no número de falecimentos. 

Os dados são de um levantamento dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, colhidos pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) e divulgados nesta segunda-feira, 15. O estudo teve início em 2003, com a série “Estatísticas do Registro Civil”, promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta segunda, 15, os dados oficiais da Secretaria Estadual da Saúde foram atualizados em 12.355, conforme a plataforma IntegraSUS. Os dados dos cartórios foram contabilizado até fevereiro.

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O balanço mostra o efeito da crise de saúde pública instalada em virtude da Covid-19 no Estado e no País. A Arpen ressalta o colapso na rede hospitalar, o aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, além dos reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus.

De acordo com o presidente da Arpen Ceará, Jaime Araripe, o aumento de mortes durante o período foi ocasionado por dois fatores. “Juntou no mesmo ano as duas causas mortis. As normais de pessoas que morrem todo ano por qualquer enfermidade, como doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais entre outras, e as da leva de mortes pela Covid-19”, explica.

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Em relação ao impacto da Covid-19 no trabalho dos cartórios, Jaime informa que, apesar do aumento de falecimentos, o Ceará conseguiu administrar os dados sem gerar aglomerado de casos nas unidades dos cartórios. “Nós sentimos nos cartórios esse aumento, mas não teve um impacto ao ponto de chegar a ficarem cheios ou que as pessoas tivessem que aguardar por muito tempo”, disse.

Cenário nacional

O Brasil fechou o “ano da pandemia” com um total de quase 1,5 milhão de mortos, número recorde desde o início da série histórica. No País, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.498.910 mortes, um total de 355.455 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003.

Em termos percentuais, significa um crescimento de 31% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,7%, totalizando 29,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 13,7% no número de falecimentos.

Segundo o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli, os Cartórios de Registro Civil são a base primária de dados da nação. "Seus dados são enviados a mais de 14 órgãos do Poder Público, desde o Ministério da Saúde até o IBGE, para que o País possa planejar suas políticas sociais, de saúde, educação, habitação, segurança, entre outras. Disponibilizar em tempo real estas estatísticas, em um momento tão delicado, para que a sociedade possa se informar tem sido um trabalho diferenciado”, informa.

Na expectativa para os próximos meses, a Arpen aponta que o número de óbitos pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período. Os registros são atualizados em tempo real e constam no Portal da Transparência do Registro Civil

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