Apontado como assassino de gestante é autuado por homicídio e ocultação de cadáver

Wando Cordeiro foi autuado por homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, utilização do meio mecânico para matar, impossibilidade de resistência da vítima e feminicídio

A morte brutal de Efigênia Soares, de 28 anos, resultou na prisão de seu namorado, Wando Cordeiro Vasconcelos, de 35 anos. Preso pela Polícia Civil, na última quinta-feira, 14, o homem confessou o crime. Segundo as investigações policiais, a jovem foi morta por asfixia mecânica (estrangulamento) e teve o corpo incendiado após o assassinato. O motivo do crime seria a gravidez da vítima.

Segundo o coordenador adjunto da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), delegado Eduardo Thomé, que também responde pela divisão de sequestros, o crime possui quatro qualificadoras: motivo torpe, a utilização do meio mecânico para matar, a impossibilidade de resistência da vítima e feminicídio. Além do crime de homicídio, Wando também foi autuado por destruição ou ocultação de cadáver.

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O último contato de Efigênia com a família foi na tarde da última quarta-feira, 13. Após chegar do estágio, em uma clínica, a vítima informou para a mãe que iria a um mercadinho. As investigações apontam que, nesse momento, Efigênia foi ao encontro de Wando após receber um convite do mesmo.

O Delegado Geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso, explica que o crime havia sido planejado pelo homem. "O modus operandi foi bastante articulado, premeditado e cruel. Ele marcou um encontro com essa jovem, manteve relações sexuais. Depois dessa relação, houve uma discussão dentro do próprio veículo, tendo ele a matado por asfixia mecânica, ou seja, estrangulamento".

O homem, que trabalha como motorista de aplicativo, teria conduzido a vítima até o bairro José Walter, onde cometeu o crime. O motivo da briga seria a gestação de Efigênia, que não era aceita por Wando.

Segundo as investigações policiais, já com o corpo da mulher sem vida, Wando utilizou um tapete residencial para ocultar o cadáver, e se dirigiu a um posto de gasolina, onde teria comprado cinco litros de combustível. Do local, o suspeito percorreu cerca de 50km, na BR-116, onde descartou e ateou fogo ao corpo, próximo ao KM 58 da rodovia.

A Polícia esclareceu, ainda, que, na noite da quarta-feira, 13, a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) havia registrado uma ocorrência de achado de cadáver. Apenas no dia seguinte ficou constatado que o corpo encontrado era o de Efigênia Soares.

O delegado Antônio Pastor, coordenador da Core, explica que, após o crime, Wando ainda tentou simular um possível sequestro da vítima. "O pai dela teria recebido uma mensagem em que uma suposta organização criminosa estaria pedindo um determinado valor em dinheiro para liberar essa jovem, acompanhada de um texto grande com palavras compatíveis às de organização criminosa. Só que aquela mensagem fugia aos padrões dos casos que nós temos conhecimento".

Segundo o delegado Eduardo Thomé, o homem foi encontrado próximo ao município de Pacajus e relatou uma história inverídica. "Tão logo foi encontrado pela nossa equipe, ele tentou criar uma versão em que dizia ter participado, junto com a vítima, de uma simulação de extorsão mediante sequestro. Onde segundo ele, a vítima teria forjado o sequestro para angariar fundos do pai".

Ainda segundo o delegado, o homem não demonstrou arrependimento em nenhum momento. Wando Cordeiro não possuía registros de antecedentes criminais. Ele, que chegou a voltar ao local do crime, foi localizado com o apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP). Ao utilizar o celular da vítima, que já estava morta, para forjar um sequestro, o homem teve o aparelho rastreado pela polícia.

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A vítima, que estava grávida de 6 semanas, ainda não havia comunicado o fato aos familiares. Ela se preparava para dar a notícia e havia iniciado os exames de pré-natal. Efigênia fazia o curso de Fisioterapia e era estagiária em uma clínica. Wando Cordeiro trabalhou com ela sete anos atrás e, atualmente, estava em um relacionamento com a vítima.

A família afirmou que o homem apontado como assassino da vítima nunca havia sido apresentado como namorado da jovem. Efigênia chegou a mencionar que Wando não passava de um amigo.

A Polícia Civil aguarda os laudos da perícia para confirmar que a vítima estava grávida. Entretanto, a família confirmou ter tomado conhecimento da gestação após a morte de Efigênia, e que apresentaria o teste de gravidez às autoridades responsáveis pelo caso. Segundo as investigações da polícia, Wando negou ser o pai do bebê.

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