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Após dias de superlotação, corredores de emergência do HGF se encontram vazios nesta sexta-feira, 25

no ápice, Hospital Geral de Fortaleza chegou a ter 180 pacientes em macas nos corredores. O esvaziamento atípico registrado é resultado do projeto "Lean nas Emergências", que busca melhorar o fluxo de atendimento hospitalar público no Brasil
20:11 | Dez. 25, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

Os corredores de emergência do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), que no ápice de ocupação já chegaram a suportar cerca de 180 pacientes, se encontram vazios nesta sexta-feira, 25, feriado de Natal. De acordo com informações divulgadas pela instituição, em coletiva realizada nesta tarde, o esvaziamento atípico registrado é resultado do projeto "Lean nas Emergências", que busca melhorar o fluxo de atendimento hospitalar público no Brasil.

Francisco de Lucena, diretor médico da entidade, afirmou durante a coletiva que o hospital já vinha realizando ações para conseguir reduzir o tempo de espera dos pacientes. O profissional destacou que a quantidade de leitos da instituição estava sendo inferior ao número de pessoas que precisavam ser atendidas, o que fazia com que muitas acabassem aguardando por leitos em macas nos corredores.

 "Quando você está com o sistema sobrecarregado você aumenta o risco (do paciente), aumenta a possibilidade de uma resolução não adequada (do problema)", pontuou Lucena.

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Aliado às ações já adotadas pelo hospital, o projeto possibilitou que a superlotação dos corredores de emergência fosse sendo reduzida, chegando a zerar nesta sexta. Francisco ainda informou que um paciente conseguia, em média, ter um desfecho do atendimento em até oito dias, índice que hoje caiu para um dia e meio no máximo - sendo a meta estabelecida de 24 horas.

Em publicação realizada no Instagram, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) anunciou o esvaziamento dos corredores de emergência do HGF e ainda destacou que os corredores desse porte do Hospital da Messejana (HM) também estavam sem pacientes. Esses, no entanto, se encontram assim já há mais de um mês - também em resposta às ações do projeto.

Medida e funcionamento no Ceará

A metodologia integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde (MS), e está sendo realizada em conjunto com o Hospital Sírio-Libanês. Entre as ações desenvolvidas pelo projeto está a capacitação de profissionais para reduzir o tempo em que pacientes passam esperando por atendimento nas unidades públicas.

No Ceará, cinco hospitais participam do projeto: Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Hospital Regional do Cariri (HRC). Além disso, seis Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Fortaleza também aderem à metodologia.

De acordo com Fernando Lucena, para integrar projeto o HGF recebeu consultores especiais, que passaram seis meses observando o fluxo do hospital e elaborando estratégias. Além disso, os profissionais de saúde da entidade foram capacitados para contribuir na otimização do tempo de atendimento, assim como grupos foram formados internamente - visando o mesmo objetivo.

Sindicato dos Médicos

Em entrevista concedida ao O POVO, o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado (Sindmed-CE), Edmar Fernandes, afirmou que a entidade está acompanhando a realização do projeto nos hospitais do Ceará. Conforme o presidente, a iniciativa tem reduzido, ao todo, cerca de 50% do número de pacientes que estavam internados nos corredores dos hospitais públicos do Estado.

Fernandes destaca que a metodologia trouxe "organização" ao sistema de atendimento público, justificando conclusão ao relembrar que, anteriormente, pacientes chegavam a um hospital com um problema que só poderia ser tratado em outra unidade, devido a entidades tratarem de áreas específicas. Dessa maneira, muitos aguardavam por atendimento apenas para serem transferidos em seguida, o que acabava também "frustrando" médicos.

Com o novo sistema, o paciente é direcionado primeiramente para o hospital qualificado especificamente para o tipo de problema que ele apresenta, fazendo com que o atendimento seja realizado de forma mais rápida. "Na hora que você organiza o sistema de saúde você consegue dar uma resposta mais rápida", pontua o médico. 

Com informações do repórter Lucas Barbosa

 

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