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Seguindo exemplo de outros estados, Ceará estuda criar 4° ano do ensino médio em 2021

Ainda em fase de análise, o modelo busca auxiliar alunos do ensino médio que foram prejudicados pela pandemia
20:27 | Out. 20, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

O Governo do Ceará está estudando a possibilidade de criar o 4° ano do ensino médio em 2021, seguindo exemplos de estados como Maranhão e São Paulo. De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Educação do Estado (Seduc), nesta terça-feira, 20, a medida está em fase de estudo e detalhes da proposta ainda não serão informados.

Conforme o aplicado nas outras Unidades Federativas, o modelo busca auxiliar alunos do ensino médio que foram prejudicados pela pandemia. O acréscimo de uma série nessa faixa de educação tenta, entre outros, reverter o impacto provocado principalmente na preparação de estudantes para vestibulares.

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Dessa maneira, alunos encerrariam o 3° ano do ensino médio neste ano mas retornariam no próximo para retomarem o conteúdo necessário no 4° ano. De acordo com a pasta, são 98 mil estudantes matriculados nessa faixa de ensino da rede estadual atualmente.

A criação da série é permitida pela Lei Federal 14.040/2020, aprovada em agosto deste ano. De acordo coma a norma vigente, fica sob responsabilidade de cada sistema de ensino público aderir ao aumento do período de estudo do aluno do 3° ano, que pode ser de até "um ano escolar suplementar”.

Apesar de confirmar que está avaliando possibilidade de implementação da medida, a Seduc não informou se ela será obrigatória para os alunos. Também não foi esclarecido quanto ao fato do novo ano de ensino poder contar ou não com reprovação.

Criação precisa de políticas de apoio

Para Tânia Batista, coordenadora do núcleo de educação do observatório de politicas públicas da Universidade Federal do Ceará (OPP- UFC), a proposta pode funcionar, mas apenas se contar com o auxílio de políticas públicas. Batista afirma que a pandemia trouxe problemas muito mais profundos para a vida do estudante, que precisam ser discutidos.

"Aumenta o tempo de ensino? Aumenta, mas tem que olhar quem é esse aluno. Quantas pessoas ele perdeu?", afirma a coordenadora. Para além do suporte emocional, Tânia ainda defende que esses estudantes precisam receber apoio quanto a questões tecnológicas- uma vez que nem todos têm acesso as ferramentas necessárias para o ensino remoto.

Em relação a obrigatoriedade de cursar o novo ano ou a possibilidade de reprovação, Batista defende que o estudante deve ser fator principal em todas as determinações tomadas por instituições de ensino. Nesse sentido, o aluno precisaria ficar livre para decidir ingressar na nova etapa e também não ser reprovado nela.

"Não existe fórmula mágica. Não adianta a gente simplesmente tapar o buraco com folha", afirma a coordenadora, reforçando a necessidade de aliar a medida com políticas de apoio. Sobre o funcionamento do modelo, Tânia ainda destacou que "tudo vai depender da forma como a proposta é desenhada" pelo Governo.

 

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