Participamos do

Evento com Maria da Penha celebra o 8 de março na Casa da Mulher Brasileira

Momento deu início à campanha "Mulheres: por mais liberdade, por mais respeito, por mais igualdade", promovida pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS)
15:02 | Mar. 06, 2020
Autor Gabriela Feitosa
Foto do autor
Gabriela Feitosa Estagiária do O POVO Online
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

“Mulheres: por mais liberdade, por mais respeito, por mais igualdade” é o nome da campanha realizada pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) que contempla, durante este mês de março, atividades em Fortaleza e no Interior sobre o tema.

As atividades promovidas reforçam a luta pela equidade de gênero e pelo enfrentamento à violência contra a mulher e o feminicídio, além de discutir a situação da mulher cearense e brasileira na atual conjuntura política e econômica do País.

Uma das primeiras ações foi realizada na manhã desta sexta, 6, na Casa da Mulher Brasileira (CMB), aparelho do Estado que acolhe mulheres em situação de violência doméstica. Maria da Penha, símbolo da luta pelo fim da violência contra a mulher, esteve presente no auditório. Sob palmas e uma plateia emocionada, ela ressaltou em seu discurso:

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

“Nós mulheres já conquistamos muito, mas muito ainda falta. É muito difícil pra mim, ver notícias de violência doméstica e feminicídio. Nós mulheres precisamos de respeito. Queremos ir para a frente. Não aceitaremos mais nenhuma violência contra nós. Nesse 8 de março, nós queremos respeito. Estar aqui hoje é muito simbólico”

FORTALEZA, CE, BRASIL, 06-03-2020: Comemoração do Dia Mulher, na Casa da Mulher Brasileira, no Pan Americano. (Foto: Mauri Melo/O POVO).
FORTALEZA, CE, BRASIL, 06-03-2020: Comemoração do Dia Mulher, na Casa da Mulher Brasileira, no Pan Americano. (Foto: Mauri Melo/O POVO). (Foto: MAURI MELO/O POVO)

Conforme Socorro França, secretária-executiva de Políticas para Mulheres, a Casa da Mulher Brasileira cumpre um papel essencial no Ceará, visto que é o único equipamento no Estado para o atendimento psicológico, social e jurídico para a mulher. “Além disso, nós temos a Secretaria Executiva de Política para as Mulheres. Eu não conheço outro estado que tenha uma secretaria assim”, afirma Socorro.

Há previsão de construção de três equipamentos como esse para mulheres cearenses, a Casa da Mulher Cearense: uma em Sobral (licitação até dia 10 de março), uma outra em Juazeiro do Norte (até o fim de março) e a terceira em Quixadá, ainda sem prazo.

Para Denise Aguiar, coordenadora da CMB, a necessidade de levar tanto as discussões quanto ações para outros municípios do Ceará é urgente, já que há um índice alto de impunidade nesses lugares, segundo ela. “Quanto mais há a integralização da política, mais fortalece o sistema de proteção contra a violência doméstica e familiar”, conta.

Ainda neste mês, a campanha deve passar por cidades como Icapuí, Cariri, Sobral e Quixadá. Unidades móveis da CMB devem realizar atendimento em alguns desses lugares. Palestras e rodas de conversa também estão sendo pensadas. Em quase dois anos, cerca de 40 mil mulheres foram atendidas pela casa.

Antes da mesa principal começar, Onélia Santana, primeira-dama do Ceará, deu entrevista. Ela destacou os trabalhos que o governo vem realizando sobre o tema. “Desde 2015 até agora, foram capacitadas mais de 60 mil mulheres no Estado, com vários tipos de curso”, informou.

A importância da primeira infância também foi ressaltada por Onélia. “Governador deu ordem de serviço a 158 centros de educação infantil. Tem também espaços de lazer para a criança compartilhar com a família”, complementa.

Além dos debates, também houve exposição de pinturas, fotografias e artesanato. O curta-metragem “Feminicídio: o silêncio pode matar” foi exibido no auditório e também teve lançamento de livro e apresentações culturais.

Quadro de Marielle Franco. Pinturas foram feitas por alunos do colégio Adauto Bezerra
Quadro de Marielle Franco. Pinturas foram feitas por alunos do colégio Adauto Bezerra (Foto: Gabriela Feitosa/Especial para O POVO)

A costureira de 54 anos, Ana Lúcia Lima, olhava maravilhada a pintura de Marielle Franco, uma das mulheres negras homenageada na exposição. “Estou gostando, achando lindas. Acho muito importante essas atividades, chama atenção das pessoas. Está havendo muita morte de mulheres. A gente tem que lutar por esse pedaço nosso: a vida”, disse a mulher, que esperava ansiosa a chegada de Maria da Penha.

Quem aproveitou o evento para levar seu artesanato foi Maria de Fátima Martins. Uma amiga sua atendida pela casa contou sobre as atividades. Fátima, que complementa a renda da família com suas artes, chegou cedo na CMB. “Estou gostando do evento. É importante para a mulher ser mais valorizada. Nós somos vencedoras, batalhadoras”, disse.

Socorro França chama atenção para o fato de que essa luta vem de muito antes. “Isso não começou agora. Isso começou por mulheres isoladas que resolveram dar o grito, o basta. Isso é muito bom, a gente vai acreditando nos sonhos da gente”, disse. Estudantes da escola pública Adauto Bezerra encheram o auditório, que também contou, como Socorro quis destacar, “com muitas mulheres de luta”.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar