Projeto em escola estadual do Ceará incentiva o uso educacional de celulares
Após adesão de aplicativos gratuitos, escola de Senador Pompeu registrou aumento em 60% em rendimento escolarA escola Liceu Marcionilio Gomes de Freitas, na cidade de Senador Pompeu, município a 297 km de Fortaleza, vem trazendo novidades tecnológicas em seu ensino. O projeto “Geração Z” desenvolvido e orientado por professores e alunos na Escola de Ensino Médio e Tempo Integral (EEMTI) atua desde 2018 incentivando o uso de aplicativos que despertam o interesse dos alunos pelos estudos.
A professora Gecilane Coutinho, na área de linguagens, é orientadora do projeto. Ela utiliza softwares disponibilizados gratuitamente em lojas de aplicativos, e conta que após a adesão do projeto em toda a escola, o rendimento dos alunos entre 15 e 18 anos aumentou em 60%.
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AssineA primeira vez que utilizou a tecnologia foi por meio de códigos de barras otimizados para leitura por meio de celulares, o Código QR, durante uma aula de inglês para aprendizagem de verbos. Após a procura de alguns alunos pela professora, o Geração Z foi desenvolvido e implementado na escola. A professora utiliza mensalmente os aplicativos e “praticamente” não utiliza mais papel durante a aplicação de provas.
O reconhecimento veio por meio de prêmios. O projeto ganhou menção honrosa no Desafio Criativos da Escola 2019, premiação que incentiva o potencial de crianças e jovens no desenvolvimento de soluções para problemas nas comunidades. Também garantiu o 1º lugar da etapa regional do Ceará Científico da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede), sendo selecionado para a etapa estadual do Ceará Científico 2019.
A EEMTI dispõe de um laboratório de informática, além de tablets disponibilizados pelo Governo do Estado. Gecilane relata que as ferramentas estão “um pouco precárias”, e afirma que quase todo o uso educacional é orientado pelos próprios smartphones dos alunos. “Quem não tem, compartilha o uso”, diz a professora.
Antes de iniciar as atividades com as ferramentas tecnológicas, Geciliane reúne os alunos e conversa sobre o uso do celular em aula. “Explicamos para evitar a dispersão e reforçamos que o celular só será utilizado para fins educacionais. Nunca tivemos, até então, casos de desrespeito com o uso”, comemora.
Alunas comemoram desempenho e ministram oficinas na região
Marcela Pinheiro e Analice Vitor cursam o 1º ano do ensino médio na escola e são integrantes do Geração Z. Segundo as alunas, o projeto não foi muito aceito no início, mas o passar do tempo trouxe uma dinamização no ensino em sala de aula, promovendo o projeto educacional orientado por Gecilane Coutinho.
As alunas relatam que muitos alunos melhoraram a escrita e o rendimento em sala de aula, além de ajudar a controlar a ansiedade nos estudos, como conta Analice. “A língua do adolescente atualmente é a tecnologia. Decidimos então apresentar aos professores esse tipo de linguagem”, diz a estudante de 15 anos.
As alunas vão além das salas de aula da escola e apresentam os resultados positivos em oficinas ministradas em escolas da região de Senador Pompeu. Junto da professora Gecilane Coutinho, elas consideram o resultado positivo e esperam promover o projeto em outras regiões.
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