Governo do Ceará e Prefeitura de Fortaleza se unem em campanha contra o racismo
As ações se estendem por todo o mês de novembro em 32 pontos da cidade e fazem alusão ao dia 20 de novembroNo mês da consciência negra, a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) e a Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) lançam a campanha “Ceará e Fortaleza sem Racismo. Respeite minha história, respeite minha diversidade”. O lançamento aconteceu na última sexta-feira, 1º, e suas atividades irão movimentar mais de 30 pontos da Cidade até o último dia desse mês. As ações contam com apoio do Porto Iracema das Artes e fazem alusão ao dia 20 de novembro, data em que é celebrado a consciência negra no Brasil. O objetivo é chamar atenção para luta do povo negro contra a discriminação.
Sergio Granja, coordenador especial de políticas públicas de igualdade racial de Fortaleza, afirmou que esse projeto só foi possível por causa de um grande trabalho de articulação que buscou a criação de “uma iniciativa inteiramente colaborativa que pudesse atuar tanto no Estado quanto no Município”. Ele destacou que o combate ao racismo é “uma luta que precisa ser travada diariamente, por todos nós, governo e sociedade civil”. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Hélio Leitão, reforça que “quando alguém é vítima desses crimes não é só essa pessoa que está sendo vitimada, na verdade, é um atentado contra os direitos humanos”.
Segundo um dos fundadores do Movimento Negro Unificado no Ceará, o advogado Florêncio da Silva, o racismo vai além de xingamentos e da violência; Para o ativista, a discriminação racial também se constitui por meio de uma negação da identidade do povo negro. Ele afirma que “existe um preconceito com tudo que tem qualquer relação com a África e por extensão, com os negros”. Ele destaca a importância das celebrações do mês da consciência negra como forma de possibilitar ao povo negro “elementos que o ajudem a se reconhecer enquanto negro”.
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AssineFlorêncio comenta que o mês de novembro é “extremamente representativo na luta do povo negro”. Ele afirma que a celebração de 20 de novembro é uma construção negra que tem o propósito de gerar uma reflexão em toda sociedade sobre a realidade dessa população no País. Segundo ele, a data também serve “para lembrar da luta do povo negro tanto no passado quanto no presente, da luta pelo respeito, pelo tratamento digno e pela igualdade social”. Florêncio também disse que a data existe para que “todas as injustiças que o povo negro sofreu, e sofre ainda hoje, não sejam esquecidas nunca”.
Para falar da comunidade negra e dos povos originários que integram a luta por igualdade racial, a campanha utiliza a figura de Chico da Matilde, o Dragão do Mar; Preta Simoa; Mãe Menininha de Gantois e Cacique Daniel; além de Zumbi dos Palmares, cuja morte deu origem à celebração do dia 20 de novembro. Hélio reforça a importância das ações desenvolvidas pela iniciativa dos governos estadual e municipal, e afirma que “a educação é necessária para prevenir a ocorrência de novos casos e esclarecer que todos somos iguais em direitos e dignidade”. Ele também destacou o “papel fundamental” das denúncias no combate ao racismo. “Qualquer forma de segregação decorrente do preconceito de cor deve ser prontamente levada ao conhecimento das autoridades policiais para que o crime seja investigado e os responsáveis punidos”, completou.
A campanha segue ao longo do mês de novembro e contará com rodas de conversa, seminários, palestras, oficinas e eventos culturais. As ações irão ocorrer em 32 pontos da cidade envolvendo, centros culturais, unidades da rede cuca, algumas escolas públicas e também o Porto Iracema das Artes e o Theatro José de Alencar. Os eventos ocorrem diariamente até 31 de novembro. A programação completa pode ser consultada no site da campanha.
O POVO apresenta as ações que irão ocorrer hoje, 7.
CUCA BARRA DO CEARÁ
18 h e 30 min
Cine-Cuca: Infiltrados Na Klan
CUCA MONDUBIM
18 h e 30 min
Cine-Cuca: A Rainha de Katwe
CUCA JANGURUSSU
14 horas - Oficina de Tranças Afro
16 horas - Cine-Prosa ao ar livre: Representatividade Negra na Cultura Pop
18 h e 30 min - Cine-cuca: Nós
19 horas - Pro Sabak.O Batalha de Drags – Beyoncé
CENTRO CULTURAL CASA DO BARÃO DE CAMOCIM
17 horas - Oficina: Performance, Mulher e Corpo Negro – Facilitadora: Mônica Pereira (BA)
CENTRO CULTURAL BOM JARDIM - TEATRO MARCUS MIRANDA
19 horas - Grupo Negragem de Teatro – Negragem, Coragem
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