Programa internacional busca talentos brasileiros para conceder incentivos vitalícios

Em duas edições até agora, o Rise tem sete vencedores no Brasil, cujos projetos sempre partem de um olhar para o coletivo pensando em impactos sociais positivos

“Imagine se pudéssemos encontrar pessoas talentosas, conectá-las com outras e dar as oportunidades de que precisam para resolver problemas difíceis na ciência e na sociedade”. Segundo Mark German, diretor-executivo do Programa Rise, este é o propósito do projeto. Com oferta de incentivos vitalícios a mentes brilhantes que se proponham a pensar soluções para problemas de seus países e suas comunidades, o Programa Rise convoca jovens de 15 a 17 anos de todo o mundo para se inscreverem no próximo Desafio Rise Global até 25 de janeiro de 2023 e apresentar um projeto que ofereça ideias para melhorar o mundo.

Fundado em 2019, o Rise trabalha com dezenas de parceiros globais – de escolas, empresas e governos locais – para identificar jovens talentosos de 15 a 17 anos em comunidades no mundo inteiro e capacitá-los para construir um mundo melhor.

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O diretor-executivo do Rise, Mark German, explica que diferentemente de muitas inscrições tradicionais, o Rise usa vídeos, projetos e entrevistas em grupo para que os candidatos tenham várias oportunidades de mostrar seu potencial.

“Para candidatos sem acesso à tecnologia, oferecemos rotas alternativas através de inscrições por navegadores web e em papel. Depois que os candidatos concluem o Desafio, o Rise seleciona até 500 finalistas para avançar para os 'Dias dos Finalistas', onde demonstram suas motivações, capacidades de resolução de problemas e habilidades de trabalho em equipe em um formato inovador de entrevista”, destaca o Mark.

Como funciona o Programa Rise

Dos 500 finalistas selecionados na etapa, o Rise seleciona 100 vencedores globais para receberem uma vida de benefícios enquanto trabalham para servir aos outros. Eles se matriculam em grandes universidades no mundo inteiro, incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Yale, o Imperial College, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), o Tecnológico de Monterrey e outras instituições notáveis.

Todos que se inscrevem entram para uma comunidade global de líderes e obtêm acesso a cursos online gratuitos e oportunidades de parceiros do Rise em todo o mundo. Os finalistas participam ainda de cursos educativos e de liderança, como um prêmio do Rise, para nivelar suas habilidades e expandir suas redes. Além disso, eles ganham acesso a outras oportunidades de financiamento para experimentar ideias inovadoras para resolver desafios ainda mais difíceis.

“Nossos 100 vencedores globais recebem benefícios vitalícios para ajudá-los a ampliar seu impacto. Esses benefícios incluem bolsas universitárias com base nas necessidades, um encontro em formato residência, mentoria, serviços de carreira e possível financiamento para abrir uma empreitada social, dependendo da qualidade da ideia e da necessidade de apoio”, diz o diretor.

Vencedores do Rise no Brasil

Em duas edições até agora, o Rise teve sete vencedores no Brasil, cujos projetos sempre partem de um olhar para o coletivo pensando em impactos sociais positivos, dentre eles: desenvolvimento de um sistema de purificação de água da chuva que usa materiais naturais sustentáveis com o objetivo de torná-la potável a quem não tem acesso a água limpa; oferta de rede 4G a famílias de uma comunidade carente de São Paulo; plataforma online com oportunidades educacionais para estudantes de baixa renda.

Ana Beatriz Campos, de 17 anos, natural de Caieiras (SP), é vencedora da primeira edição do programa Rise, em 2021, com um projeto para ajudar pessoas a encontrarem oportunidades educacionais para estudantes de baixa renda no Brasil. A primeira viagem dela ao exterior foi para a África do Sul, em um evento mundial do Rise.

“A experiência que eu tive foi curta, de três semanas, mas me mudou completamente e eu me senti uma pessoa diferente a cada dia. A parte das amizades e de conhecer novas culturas é, sim, muito importante, e eu nunca mais vivi um dia sem sentir saudade das pessoas que conheci”, conta a estudante.

Ela relata ainda que soube do programa por meio do Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos (Ismart), e o que despertou seu interesse em participar foi o quão desafiador e inovador era o processo seletivo para participar. O projeto de Ana Beatriz surgiu durante a pandemia da Covid-19 e visa ajudar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade a conseguirem bolsas de estudo em escolas.

“Por causa da minha bolsa de estudos em um colégio particular de excelência em São Paulo, eu não tive impacto algum na qualidade das aulas e a transição para o ensino remoto foi rápida e eficiente. Meus amigos de onde eu moro, pelo contrário, estavam tendo dificuldade e eu lia muito sobre as consequências da pandemia pra alunos de escolas públicas”, comenta Beatriz.

Pensando neles, a estudante deu início a uma pesquisa intensa sobre isso e idealizou um projeto no qual poderia ajudar crianças do sétimo e nono ano a conseguir a mesma bolsa de estudos que ela. Com dedicação aos estudos, a jovem inspirou sua mãe, Deise, a voltar a estudar: atualmente ela está cursando a graduação em Enfermagem. Ana Beatriz sonha em estudar Engenharia Química fora do Brasil e ser uma cientista.

Outro brasileiro aprovado no processo seletivo do Programa Rise foi o estudante alagoano Kesney Lucas Ferro, de 16 anos. Ele desenvolveu o website Futop, que serve como um guia que facilita o acesso a oportunidades acadêmicas em todos os níveis e por todo o Brasil, para que qualquer um que sonhe com uma melhora de vida, por meio dos estudos, possa alcançá-la mais facilmente.

Kesney conta que a ideia de criar a Futop surgiu durante a parte do processo da Rise em que os jovens são encorajados a pensar sobre quem são e o que querem mudar no mundo.

“Durante esse brainstorm eu só conseguia pensar em uma resposta sincera para isso: eu sou alguém que recebeu oportunidades. Tendo isso em mente, decidi que se o simples fato de ter recebido oportunidades tinha mudado tanto a minha vida isso poderia também impactar a vida dos outros e foi nesse momento que encontrei o que na Rise chamamos de um 'chamado para ação'. A partir dessa descoberta, percebi que eu poderia ter um impacto social sendo a pessoa que facilita o acesso à informação por meio da Futop”, conta o estudante.

Em 2021, Kesney foi convidado a participar do MLAB, programa de mentoria online da Universidade de Harvard. "Por meio desse programa eu consolidei a ideia de que quero estudar fora e tenho como ambição entrar em uma instituição da Ivy League", revela ao falar do grupo de oito das mais renomadas universidades dos Estados Unidos.

Já o mineiro Arthur Lopes Constant, de 16 anos, sempre teve grande apreço pela matemática e, pensando nisso, ele desenvolveu o projeto chamado “Como (não) mentir com estatística”, inspirado no livro “Como mentir com estatísticas”, do Darrel Huff.

“Ao longo de cinco encontros online, eu discuti com outros alunos tópicos relacionados à estatística aplicada a políticas públicas, fake news e outros temas ligados à educação matemática crítica, com o intuito de aplicar o conhecimento e a intuição que eles já tinham a análise de situações do cotidiano e problemas que afetem as nossas comunidades”, comenta Arthur.

Ele ganhou diversas medalhas em Olimpíadas Científicas e, em 2022, foi selecionado para um curso de verão na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, sua primeira experiência fora do País. O envolvimento dele com os números tem foco especial na estatística enfatizando políticas públicas.

Além de serem vencedores do Rise no Brasil, Ana Beatriz, Kesney e Arthur dividem o sonho de seguir estudando e, de alguma maneira, retornar à sociedade os conhecimentos adquiridos.

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