Um ano após morte de trans, médicos continuam atuando em cirurgias plásticas
Morta em fevereiro de 2021 enquanto estava sedada, réus continuam anunciando operações nas redes sociais. O caso segue sem julgamento
Um ano depois da morte da trans Lorena Muniz, médicos da equipe responsável pela cirurgia continuam atuando em procedimentos, em clínicas de estéticas irregulares. Em operação para colocar implantes de silicone nos seios, a jovem estava sedada e morreu quando um incêndio ocorreu no prédio. As informações são do g1 e do portal no UOL do Hugo Gloss.
De acordo com o marido de Lorena Muniz, o comunicador Washington Barbosa, a mulher trans inalou fumaça e ficou inconsciente por sete minutos até ser resgatada pela equipe. No Instagram, o marido desabafou sobre a morte da parceira. "4 mil reais. A vida de Lorena valeu 4 mil reais, minha gente", disse chorando.
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Com seis indiciados no inquérito que investiga a morte da jovem, nenhum dos interrogados foi julgado ou preso até o momento. Os profissionais envolvidos foram enquadrados nos crime de homicídio culposo e omissão de socorro. Nas redes sociais, os médicos continuam divulgando e oferecendo cirurgias estéticas, em clínicas irregulares.
No Instituto Médico Legal (IML), o laudo apontou que Lorena Muniz morreu por asfixia ao inalar fumaça tóxica e quente das chamas que atingiram a clínica durante o incêndio. A jovem estava sedada. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) disse em nota que a investigação está em andamento com sigilo, de acordo com as regras de ética. "A investigação continua em andamento, respeitando os prazos processuais e o sigilo estabelecido pelo Código de Processos Ético-Profissionais (CPEP)”, afirmou.
Nas redes sociais, o médico Paulino, com quem Lorena acertou de fazer o procedimento, voltou a oferecer cirurgias estéticas normalmente. Em postagem, Paulino de Souza publicou uma lista com os exames necessários pedidos pela clínica dele. Na publicação, o endereço da clínica é o mesmo que foi interditado pela vigilância sanitária semanas antes do incêndio que vitimou Lorena.