No Recife, vereadores aprovam voto de aplauso ao movimento que tentou impedir aborto de criança de 10 anos

Movimento Pró-Vida de Pernambuco ganhou a mídia em 2020 por tentar impedir o aborto legal de uma criança que havia engravidado após estupros

A Câmara Municipal do Recife aprovou, nesta segunda-feira, 23, um voto de aplauso a favor do Movimento Pró-Vida de Pernambuco. Proposto pelos vereadores Michele Collins (PP) e Felipe Alecrim (PSC), o requerimento congratulou o grupo por "relevantes serviços prestados em prol dos valores cristãos e da família tradicional brasileira". O grupo, que atua desde 1998, ganhou a mídia em 2020 por tentar impedir o aborto legal de uma criança de 10 anos que havia engravidado após estupros no Espírito Santo.

"Orgulho em propor esse voto de aplauso ao Movimento Pró-Vida-PE junto à vereadora missionária Michele Collins, porque o movimento luta pela preservação dessa essencialidade absoluta do homem que é a vida. Essa luta é fundamental especialmente ainda no seio materno, quando a vida humana ainda é frágil, privada de qualquer capacidade de defesa. O movimento Pró-Vida surge com o objetivo de estimular a cultura da vida, o respeito pela vida humana", disse o vereador Felipe Alecrim.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Em 16 de agosto de 2020, integrantes do Pró-Vida e de outros movimentos contra o aborto foram até a porta do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), no Recife, após descobrirem que a criança vítima de estupros desde os 6 anos passaria por procedimento para retirada do feto. O aborto legal foi realizado, e o caso ganhou repercussão nacional.

O aborto é permitido no País em apenas duas situações: quando há risco de vida para a gestante e quando a gestação é fruto de um ato ilícito, ou seja, de um estupro, e há manifesta vontade da gestante em interromper a gravidez. A permissão está contida no Decreto-Lei 3.688, que diz que “Não se pune o aborto praticado por médico se a gravidez resulta de estupro, e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”. Em 2012, ainda, o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que a operação fosse feita também quando o feto sofre de anencefalia.

Na reunião, a vereadora Dani Portella (PSOL) relembrou o caso durante o voto contrário à proposição. "Foi justamente esse grupo que hoje está proposto em ser aplaudido, que fez esse horror na vida daquela criança. Foi este grupo que foi para frente daquela maternidade protestar contra o procedimento. Aquela criança desceu assustada, do carro dela se ouviam vozes a chamando de assassina. Uma menina com medo, assustada, de 10 anos. Se fosse a sua filha?", questionou.

O vereador Júnior Tércio (Podemos) parabenizou a iniciativa do voto de aplauso. “Instituição tão honrada que há mais de 30 anos levanta a importância da família tradicional enquanto instituição sagrada, que é o que a palavra de Deus nos orienta. Também, queria deixar nosso apoio a todos que fazem parte da instituição, os padres, pastores e outros profissionais, e dizer que estamos orgulhosos em poder nessa casa votar por esse voto de aplauso”, afirmou.

“Hoje, várias paróquias da cidade do Recife, de Pernambuco e até do Brasil compõem o grupo Pró-Vida, que não está só em Pernambuco, mas em todo Brasil. Fazem um trabalho em defesa da vida, sim, da família, dos valores cristãos, que devem ser respeitados nessa casa. Por isso trago esse voto de aplauso. Essa falácia de ter chamado a criança de assassina é mentira, não aconteceu, se alguém chamou, não faz parte desse grupo, digo com propriedade”, disse Michele Collins.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

movimento pró-vida recife rede nordeste

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar