Protesto-vigília em homenagem a Kathlen Romeu é realizado em São Paulo

Kathlen estava grávida de quatro meses, quando levou um tiro no torax disparado por uma arma da polícia. O pedreiro Gibinha, morto em maio, também é homenageado durante o protesto

Militantes do movimento negro realizam uma vigília em memória de Kathlen Romeu na noite desta nesta sexta-feira, 11. Grávida de 24 anos, ela foi assassinada na última terça-feira, 8, durante operação policial no bairro Lins Vasconcelos, na zona norte do Rio de Janeiro. A vigília acontece no vão do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), na Avenida Paulista, em São Paulo.

Kathlen era designer de interiores e modelo. A jovem estava grávida de 14 semanas, quando levou um tiro de fuzil no tórax. A Polícia Militar do Rio negou que uma operação estivesse em andamento e alegou que os agentes foram atacados. A família da vítima, no entanto, declarou que não houve troca de tiros e que os disparos partiram da polícia.

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De acordo com o portal Metrópole, estima-se que o protesto em forma de vigília reúna cerca de 100 pessoas. Os manifestantes portam velas e faixas pedindo por “justiça” e “basta ao genocídio negro”. Durante o ato, também foram recitados os versos do poeta negro José Carlos Limeira: “Por menos que conte a história, não te esqueço, meu povo. Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo”.

O ato também faz homenagem ao pedreiro Gilberto Amancio de Lima, o Gibinha, de 30 anos. Ele foi morto por policiais de São Paulo no dia 14 de maio, com seis tiros. Na ocasião, ele estava a caminho da Favela da Felicidade, localizada no bairro Jardim São Luís, na zona sul da capital paulista, onde iria tatuar um amigo.

De acordo com a versão da PM, investigadores do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, foram até o local para fazer uma intimação. Enquanto procuravam um endereço, teriam percebido um suspeito em uma viela. O homem suspeito era Gibinha. Segundo os agentes, ele teria sacado uma arma e houve um tiroteio.

O protesto foi organizado pela Coalizão Negra por Direitos, que reúne 200 organizações, grupos e coletivos do movimento negro. “Para mim é sempre muito triste vir pra rua falar sobre o nosso direito de viver. É sempre muito triste que eu, aos 63 anos de idade, com meu companheiro de 73, tenhamos que sair de casa pra dizer que a nossa juventude, que nosso povo tem direito à vida”, declarou Regina Lucia dos Santos, criadora do Movimento Negro Unificado.

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