‘Uma mãe jamais deveria passar por isso’, diz mãe de Paulo Gustavo

A mãe de Paulo Gustavo agradeceu a quem dedicou momentos para oração ao ator e todo o carinho que vem recebendo

No domingo, 9, Dia das Mães, Dona Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo, conversou com o Fantástico sobre a morte do filho. Ela, que foi inspiração da Dona Hermínia, personagem de sucesso no teatro e no cinema, revelou a saudade do ator, mas também o orgulho do legado deixado pelo filho para o Brasil.

“Eu fiquei durante 53 dias rezando, pedindo a Deus que me desse força. A morte é uma coisa certa na vida da gente. A gente só espera que uma mãe vá na frente. Então, é muito duro”, afirma Dona Déa. “Não estou bem, mas eu sou capaz de rir. Eu quando conto, falo dele, eu conto as coisas, eu rio, porque ele detestava quando eu chorava”, completa.

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A mãe de Paulo Gustavo agradeceu a quem dedicou momentos para oração ao ator e todo o carinho que vem recebendo. Ela relembrou que o comediante estreou um projeto no dia 4 de maio, às 21 horas, e, no mesmo dia, já em 2021, também às 21 horas, veio a falecer, vítima de Covid-19. Ela também comentou sobre a pandemia da doença que levou o filho e afirmou que será uma voz de cobrança. "Roubar na pandemia é assassinato. Eu chorei com cada mãe, choro e vou continuar chorando. Essa luta vai ser minha. Eu vou lutar agora e vou falar o tempo todo", ressaltou.

"Na pandemia, cada morte de um filho eu chorava por essa mãe sem saber que meu filho ia passar por isso", acrescentou a mãe de Paulo Gustavo. Mesmo visivelmente triste, Dona Déa lembrou do legado do humorista, que trabalhou pautas LGBTQ+ e lutava contra a homofobia. "Eu fico triste, eu estou muito triste, mas meu filho deixou um exemplo contra o preconceito. Meu filho casou, formou família, foi amado, ele constituiu tudo, tenho dois netos maravilhosos. Mas isso porque ele teve uma família que deu amor a ele.

A mãe também ressaltou que ao pensar no filho lembra de amor e do humor que Paulo aplicava em todas as áreas de sua vida. "Rir é um sinal de resistência. Eu falo dele eu rio, nada dele pode ser muito sério, a não ser a dor da saudade", relevou.

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A irmã de Paulo, Juliana, também apareceu durante a entrevista e, ainda chorando, lembrou da dor de perder a quem chamou de "sua metade". "A gente era melhor amigo. Minha mãe é uma rocha, eu deveria estar consolando ela 24 horas", revelou.

O pai de Paulo, Júlio, e a madrasta, Penha, também conversaram com o programa. Os três relembraram momentos antigos da família, mas também dos últimos momentos ao lado do ator. "Ele teve morte cerebral. Nós quatro ficamos ali. Juliana com uma mãozinha dele e eu na outra. O Thales no pé e ele, Júlio, fazendo carinho na cabeça. E eu disse 'Vem Penha, porque você também participou da vida deles' e cantamos a oração de São Francisco", disse. O pai de Paulo explicou que durante a oração, os batimentos do ator foram diminuindo até sessar, marcando a despedida da família.

Missa de sétimo dia 

 

Segundo a colunista Fábia Oliveira, do O Dia, a missa de sétimo dia de Paulo Gustavo vai acontecer na nesta segunda-feira, 10, no Cristo Redentor. A celebração será comandada por Padre Omar e reunirá apenas familiares e poucos amigos por conta da pandemia.


O ator e humorista Paulo Gustavo morreu aos 42 anos na terça-feira, 4. Ele estava internado no Rio de Janeiro há 52 dias, desde 13 de março deste ano. O estado de saúde de Paulo Gustavo foi considerado irreversível, conforme boletim médico, após uma embolia pulmonar e apresentar situação de “extrema gravidade”.

O ator nasceu em Niterói (RJ) e ficou muito conhecido nacionalmente pelo seu monólogo “Minha Mãe é uma Peça”, no qual interpreta a personagem humorística Dona Hermínia. A produção virou filme e se tornou o longa-metragem com a maior bilheteria da série histórica, conforme levantamento da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

Ele foi indicado a 10 prêmios da indústria do cinema e apresentou vários programas de humor na televisão, como o “Vai que Cola” e o “220 volts”. O ator ainda fez papel na série infantil Sítio do Pica-Pau Amarelo, interpretando um delegado chamado de Lupicínio.

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