Coluna - Dream Team a caminho de Tóquio

Após oito meses liberado somente para atletas de natação, atletismo e tênis de mesa, o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, reabriu para outros esportistas em fevereiro. Com restrições, é verdade, ainda por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19). O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) limitou o acesso, neste momento, às modalidades já garantidas na Paralimpíada de Tóquio (Japão). Caso da seleção de futebol de 5, que ostenta o retrospecto mais impressionante entre as representantes do Brasil na história dos Jogos.

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A equipe tetracampeã paralímpica não perdeu uma partida no evento sequer desde que o esporte voltado a pessoas com deficiência visual (exceto os goleiros) foi incluído, em 2004. De lá para cá, são 17 vitórias, cinco empates e 40 gols marcados. Muito justo, portanto, que o futebol de 5 inaugure a série que a coluna inicia nesta segunda-feira (15), sobre a reta final da preparação das modalidades com brasileiros envolvidos em Tóquio. Das 22 que integram o programa, o país não será representado em duas: basquete e rugby em cadeira de rodas.

A primeira fase de treinamento da seleção de futebol de 5 chegou ao fim no último domingo (14), após duas semanas de concentração no CT. A próxima fase está agendada para o período entre os dias 1º e 13 de março, com os mesmos 15 nomes que integraram a primeira convocação do técnico Fábio Vasconcelos. Os atletas não se reuniam para treinar há um ano, e muitos, praticamente, não puderam estar em quadra ao longo de 2020, devido à pandemia.

“Os dois primeiros dias foram só de avaliações físicas e isocinéticas dos atletas, para termos um resumo de como eles chegaram. Na comparação com a única fase que tivemos no ano passado, eles vieram 4% abaixo, uma perda que, na nossa análise, dá para recuperarmos já na próxima fase. Podia ter sido maior”, explica o treinador, que dirigiu a seleção campeã na Paralimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e foi goleiro nas conquistas de 2004, em Atenas (Grécia), de 2008, em Pequim (China), e de 2012, em Londres (Reino Unido).

“Fizemos dois períodos [de treinos], manhã e tarde. Um dia era comigo [na quadra] e o outro com o fisiologista e a fisioterapia, para controlarmos [a intensidade] e evitar lesões. Eles [atletas] estavam trabalhando em casa [durante a pandemia], com tarefas passadas pela comissão, alguma coisa com bola, adaptada à realidade de cada um. O problema é que não estavam trabalhando em conjunto com bola e fazendo exercícios específicos da modalidade. Então, fizemos essa transição”, completa Fábio.

O calendário de 2021 divulgado pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) em dezembro, prevê, ao todo, seis fases de treinamento antes da aclimatação no Japão (dez dias em Tono e outros 13 em Hamamatsu, onde ficará concentrada toda a delegação paralímpica brasileira antes dos Jogos). Um período entre os dias 25 de abril e 2 de maio foi reservado para amistosos no CT Paralímpico. O cronograma, porém, é passível de alterações conforme o estágio da pandemia de covid-19.

“Pedimos alguns amistosos com a seleção colombiana. Eles viriam para cá e entrariam na bolha do CT. Mas creio que pode não acontecer porque o protocolo é bem rígido. [Viagem] para fora do Brasil [antes de Tóquio], talvez fôssemos para o próprio Japão, já que o país sede sempre faz um evento teste, mas, com a pandemia, o risco é grande. Acredito que não haverá nenhum torneio. Que era importante [jogar antes da Paralimpíada], era, sem dúvida, até para analisar os jogadores mais jovens, mas primeiro vem a saúde dos atletas. Estamos tomando todas as precauções com nosso grupo”, conta o técnico.

A equipe que esteve reunida no CT até domingo, e que se reencontrará daqui a duas semanas, é predominantemente experiente. Dos 15 convocados, oito estiveram na conquista do ouro em 2016. Entre eles, o fixo Damião, o pivô Jefinho e o ala Ricardinho. Em Tóquio, o trio de tricampeões pode igualar o paraibano Marquinhos, presente nos quatro títulos brasileiros. Ricardinho e Jefinho, por sua vez, também miram a artilharia canarinho na história do torneio. Com nove e oito gols, respectivamente, eles têm como referência o mineiro João Batista, que balançou as redes 11 vezes, somando as participações nos Jogos de 2004 e de 2008.

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