Festival de fotografia reunirá profissionais de comunidades do Rio

Homens e mulheres fotógrafos, maiores de 18 anos e residentes em comunidades e regiões periféricas do estado do Rio de Janeiro, podem participar do #FRENTE Festival Carioca de Fotografia Popular Emergente. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o próximo dia 15 Facebook e no Instagram do #FRENTE, no link bit.ly/frente_festivalfotografia. Serão aceitas fotos feitas com celulares, câmeras analógicas ou digitais, bem como outras formas híbridas de captura de imagens.

O idealizador do evento, Giuliano Lucas, fotógrafo, documentarista, artista visual e produtor, disse hoje (8) à Agência Brasil que, desde o início, não quis estabelecer um único prêmio para a disputa e explicou: “são pessoas que vivem no dia a dia a disputa de voltar para suas casas em transportes cheios, em trens”.

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Por isso, serão classificados 40 fotógrafos de ambos os sexos, que vão expor seus trabalhos em uma galeria virtual, que servirá não só para divulgar seus trabalhos e dar a eles maior visibilidade no mercado, mas também para estabelecer uma ligação com potenciais compradores e com o público. Os fotógrafos selecionados terão de cinco a dez fotos expostas na galeria na internet. “Não há competição”, reforçou Lucas.

Uma comissão julgadora formada por profissionais de relevância na área selecionará os melhores trabalhos, e a divulgação será feita no início de março. Fazem parte da comissão Gabi Canale, coordenadora da área de Artes na Universidade Federal da Integração Latino-americana; Ana Moravi, professora substituta no curso superior tecnológico em design gráfico do Instituto Federal da Paraíba; Alberto Veiga, biólogo e cinegrafista; e Estevão da Fontoura, artista multimídia, mestre em informática na educação pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, onde é professor de arte.

Homenagens

Em sua primeira edição, o #FRENTE Festival Carioca de Fotografia Popular Emergente presta homenagem a nove profissionais da fotografia cujos trabalhos mostram a realidade das comunidades onde vivem e produzem a fotografia popular, disse Giuliano Lucas.

Entre eles, destacam-se Bira Carvalho, fotógrafo formado pela Escola de Fotógrafos Populares, morador da Nova Holanda há mais de 40 anos e íntimo das movimentações das ruas. Bira também é líder comunitário no complexo de favelas da Maré, e Fagner França, artista visual formado pela mesma escola. Fagner iniciou os estudos em fotografia em 2003, com o projeto Mão na Lata, que o elevou de aluno a monitor. Também coordenou um coletivo de estudantes de audiovisual na Escola de Cinema Olhares da Maré.Os outros homenageados são Edinho Alves, que trabalhou em mais de 50 filmes de longa-metragem, ao lado do cineasta Glauber Rocha e com diretores de fotografia como Pedro Farkas, Edgar Moura, Walter Carvalho e Mario Carneiro; André Felipe Alves, idealizador do projeto AFA, que promove a formação em fotografia e audiovisual de forma gratuita para jovens moradores de regiões periféricas do Rio de Janeiro; Natasha Montier, especializada em fotografia materno-infantil; Aparecida Silva, artista visual e professora com projetos e pesquisa no campo da fotografia documental, fotoinstalação e processos alternativos, que participa do Coletivo Negras (fotos) Grafias; e Thaís Alvarenga, fotógrafa e documentarista. Nascida e criada em Vila Kennedy, no Rio, Thaís é uma das fundadoras do Coletivo Crua – Coletivo Criativo de Rua e uma das idealizadoras do Projeto Encontro das Manas na Vila Kennedy.São ainda homenageados Rogério Reis, que participou das oficinas do bloco-escola do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e dos cursos do fotógrafo Dick Welton, nos anos 70, trabalhou como fotógrafo do Jornal do Brasil, do Globo e da revista Veja. Seus ensaios foram publicados no Lens (blog do The New York Times), The Guardian, Courrier International Magazine, revista Piauí, Newsweek e La Nación, entre outros; e Januário Garcia que, nos últimos 50 anos, tem registrado aspectos sociais, políticos e culturais da vida do negro no Brasil e nos demais países da América Latina e na África. Formado em comunicação visual pela International Cameraman School, foi presidente do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras e é membro do Conselho do Memorial Zumbi.

Capacitações

O #FRENTE Festival é patrocinado pelo governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Lei Aldir Blanc. O evento terá transmissões na internet sobre mercado da fotografia, arte, redes sociais e desafios da fotografia na pandemia do novo coronavírus, além de capacitações com ações pedagógicas e estratégias para manter e gerenciar carreiras.

A galeria virtual será aberta no dia 20 de março.

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