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Casal negro que fazia compras é obrigado a esvaziar bolsa em supermercado em SP

Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) informou nesta quinta-feira (29) que investiga o caso
15:12 | Out. 30, 2020
Autor Redação O POVO
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Um casal negro que fazia compras foi obrigado a esvaziar a bolsa e mostrar seus pertences durante revista em um supermercado da rede Extra na cidade de São Paulo. Os dois foram abordados pela funcionária do caixa que disse precisar ver a bolsa que estava com os clientes. A polícia foi acionada e foram encontrados apenas uma carteira, uma bolsa de remédios e uma bíblia.

"A moça me deu o valor, peguei meu cartão pra pagar e ela disse: 'preciso ver tua bolsa'. Eu falei: 'sério?'", relatou ao G1 a vítima Edgar Oliveira de Carvalho, que estava com a esposa ao lado. A mulher chegou a perguntar para a funcionária " 'você tem alguma dúvida se coloquei algo dentro?'. Fiquei sem ação. Me faltou o chão", contou Letícia Reis Oliveira de Carvalho. Ela disse ainda que só abriria a bolsa na presença da polícia. As informações são do G1.

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Quando a Polícia chegou, Edgar virou a bolsa no carrinho de compras e havia apenas uma carteira, uma bolsinha com remédios e uma bíblia. Diante da situação, o policial tentou minimizar dizendo que a abordagem é normal porque eles estavam em estabelecimento comercial.

O casal questiona a posição do supermercado e afirma ter requerido do local algum papel que comprovasse ser um procedimento regular. "Eu perguntei para o gerente com quantas pessoas eles fizeram aquilo naquele dia", disse Letícia. Os dois prestaram boletim de ocorrência e, depois, procuraram a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investiga o caso.

Letícia disse que ela e os filhos já passaram por situações parecidas. Segundo a autônoma, ela já foi acusada em outra loja de roubar uma boca de fogão e o filho, em outro momento, foi abordado por um segurança. "Meu outro filho passou por esse procedimento com uma blusa de frio. o segurança foi atrás dele e disse (perguntou) o que ele tinha no bolso", afirmou.

Em nota, o Extra disse que condena condutas discriminatórias, e que assim que soube do episódio nesta quinta-feira, acionou a loja e deu início a um processo interno de investigação. A rede falou ainda que tem um calendário de treinamentos, atualizações de procedimentos e formações para todos os funcionários e prestadores de serviço, que incluem o combate ao preconceito.

A orientação do supermercado é que os consumidores que acionem o canal de ouvidoria que possui em casos de denúncias sobre condutas ilegais ou antiéticas.

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