Marcelo Adnet faz paródia com ação do governo e é criticado por Mário Frias: 'Frouxo'
O secretário especial da Cultura estrelou o material do governo que compara comunismo a nazismo
Uma paródia do humorista Marcelo Adnet sobre uma ação publicitária veiculada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) foi alvo de críticas do secretário especial da Cultura, Mário Frias, e da própria secretaria neste sábado, 5.
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Ontem, 4, Adnet publicou a paródia alusiva à campanha sobre "Um Povo Heroico", lançada pelo governo e protagonizada por Frias. De retórica nacionalista, o material compara comunismo a nazismo.
Ainda na sexta-feira, o secretário criticou o vídeo, chamando o comediante de "frouxo", "sem futuro", "palhaço" e "bobão". Já o perfil oficial da Secom se manifestou hoje afirmando que Adnet faz "pouco dos brasileiros".
Arquivo Confidencial com o presidente no #SintaSeEmCasa
— Marcelo Adnet (@MarceloAdnet) September 5, 2020
Pgm completo https://t.co/t26nDkk4gq pic.twitter.com/t3jPIJhhE5
Frias postou um print da esquete de Adnet no Instagram. "[Age] como se fosse um ser do bem, quando na verdade não passa de uma criatura imunda, cujo o adjetivo que devidamente o qualifica não é outro senão o de crápula", escreveu.
O secretário atacou a vida pessoal do humorista da TV Globo, comentando sobre sua infidelidade no casamento com a ex-mulher Dani Calabresa: "Um Judas que não respeitou nem a própria esposa, traindo a pobre coitada em público por pura vaidade e falta de caráter".
No Twitter, Adnet notou a reação do secretário e fez piada, dizendo que ele "recomendou" a esquete. "Até o Secretário Frias recomendou no Instagram dele! Vale conferir o post! A Secom deve replicar em suas redes!", escreveu.
Secom reitera crítica de Frias
O Twitter oficial da Secom reiterou as críticas de Mário Frias à sátira de Adnet. O órgão acusou o humorista de "parodiar o bem e fazer pouco dos brasileiros".
Erramos. Acreditamos que seria possível unir todo o país em torno de bons valores e de bons exemplos. Afinal, ninguém é contra a bondade, o amor ao próximo, o sacrifício por inocentes, certo? Errado! Infelizmente, há quem prefira parodiar o bem e fazer pouco dos brasileiros. pic.twitter.com/kqA2yjx0Rb
— SecomVc (@secomvc) September 5, 2020
"Não imaginamos que honrar um morador de rua que salvou uma desconhecida ou uma professora que morreu queimada para salvar dezenas de crianças causaria reações maldosas, carregadas de desprezo por brasileiros simples, mas imensamente bondosos", diz a Secretaria, citando alguns dos homenageados da campanha.
A Secom ainda acusou Adnet de "afetar bons sentimentos, falar em defesa do povo e coisas do tipo, mas na prática desprezar as pessoas reais, de carne e osso, que são exemplos para todos".
"Aos brasileiros de bem, imensa e esmagadora maioria, nosso muito obrigado e um pedido: compartilhem esses materiais com o máximo de pessoas possível. Nossa nação é feita de pessoas incríveis e seus exemplos eternos devem servir de inspiração a todos. Deus abençoe o Brasil", completou o órgão.