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Escritora e filósofa Djamila Ribeiro faz BO após filha receber mensagem com ameaça

Ela diz que já recebeu diversas mensagens "odiosas" e que "é inadmissível que esse tipo de perseguição aconteça, agora direcionada a uma adolescente"
12:07 | Jul. 28, 2020
Autor Redação O POVO
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A filósofa e escritora Djamila Ribeiro realizou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo após a sua filha adolescente receber uma ameaça por meio de uma rede social. A Polícia Civil investiga o caso.

No Instagram, Djamila pulicou fotos da reprodução da mensagem e do B.O registrado. No print é possível ler: "Sua mãe é uma desgraça! Você não tem vergonha de ser filha dela?". E ainda: "Nós sabemos onde sua mãe mora! Não tem arrego!".

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A filósofa disse receber muitas "mensagens odiosas", mas que nunca a abalaram. Contudo, no domingo, 26, sua filha foi alvo das mensagens de ódio. Nas redes sociais, Djamila disse que "trata-se da exploração econômica do racismo e da misoginia".

"Eu fiz boletim de ocorrência, pois é inadmissível que esse tipo de perseguição aconteça, agora direcionada a uma adolescente", escreveu. Para Djamila, as ameaças são "um ataque irresponsável que pode colocar a vida de uma pessoa em risco".

"Friso que respeito todas as identidades, mas ser negra é para além da cor da pele", salientou a pesquisadora. Em seu post sobre a ameaça, Djamila também cita uma pesquisa da Anistia Internacional que revela "que mulheres negras estão 84% mais propensas a receberem tweets problemáticos do que mulheres brancas".

Djamila comentou ainda sobre a tese de doutorado do PHD em Sociologia, Luiz Valério Trindade, segundo a qual as mulheres pretas são as maiores vítimas de discurso de ódio nas redes sociais em geral e no Twitter, em particular. "Ele explica que isso se dá pelo incômodo que a ascensão e protagonismo delas causa em uma sociedade racista e machista", completa.

A escritora disse também que seu foco é representar o Twitter no Ministério Público. Djamila se referiu à rede social como "uma empresa bilionária, que lucra com ataques sem defesa a mulheres negras". "Farei parte da Campanha Internacional 'Stop hate for profit' e denunciarei de forma global", concluiu.



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