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Documento pede que países vetem indicação de Weintraub para o Banco Mundial

Documento pede que países vetem indicação de Weintraub para o Banco Mundial Na carta, economistas, empresários e intelectuais afirmam que Weintraub no cargo poderia causar "danos irreparáveis" ao órgão mundial
14:38 | Jun. 19, 2020
Autor Redação O POVO
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Em carta a ser enviada para o Banco Mundial, economistas, empresários e intelectuais brasileiros desaconselham “fortemente” a indicação de Abraham Weintraub ao cargo de diretor-executivo do órgão mundial. O ex-ministro da Educação foi demitido nessa quinta-feira, 18, e anunciou em vídeo que assumiria cargo no Banco Mundial. 

"Estamos convencidos de que o Sr. Abraham Weintraub não possui as qualificações éticas, profissionais e morais mínimas para ocupar o assento da 15ª Diretoria Executiva do Banco Mundial”, explicam os signatários. O documento também está endereçado aos embaixadores da Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago, que devem endossar a indicação de Weintraub.

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Para justificar a preocupação, os remetentes listam cinco aspectos que tornam o ex-ministro desqualificado para o cargo

Ideologia acima da política baseada em evidências;

Fraca habilidade de gestão;

Falta de entendimento e capacidade de lidar com injustiças sociais e econômicas por meio de políticas públicas;

Desrespeito pelos valores do multilateralismo, como tolerância e respeito mútuo e;

Conduta incompatível com os padrões éticos e de integridade profissional;

Dentre os pontos, eles ressaltam a postura de Weintraub ao tomar decisões relacionadas ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como manter a prova neste ano. Segundo os signatários, a medida prejudica os estudantes mais pobres que não têm instrumentos para estudar durante a pandemia;

Também citam as a de 20 ações judiciais contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), exemplificando com a investigação sobre racismo contra chineses. Na ocasião, o ex-ministro usou rede social para indicar que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise do coronavírus.

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"Desde que assumiu o cargo, Weintraub sempre respondeu com desprezo, sarcasmo e agressividade a críticas ou mesmo recomendações de cidadãos comuns, jornalistas, legisladores e até juízes da Suprema Corte”, descreve o documento. Nele, relembram ainda de quando o então ministro da Educação chamou os juízes do STF de “vagabundos” em reunião com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido): “Colocava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", disse Weintraub. 

Até agora, a carta já foi assinada por mais de 50 pessoas, entre elas o ex-embaixador Rubens Ricupero, o empresário Philip Yang, os economistas Laura Carvalho e Ricardo Henriques, o advogado e professor Thiago Amparo, a historiadora e antropóloga Lília Moritz Schwarcz. As informações são do colunista da UOL Leonardo Sakamoto.


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