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"Esse problema da escravidão no Brasil foi porque índio não gosta de trabalhar", afirma procurador de Justiça do Pará

Em outro trecho, ele comenta: "Eu não acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de nós aqui tem navio negreiro"
22:11 | Nov. 26, 2019
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

O procurador de Justiça do Ministério Público do Pará (MPPA), Ricardo Albuquerque, afirmou que "esse problema da escravidão no Brasil foi porque índio não gosta de trabalhar". A frase foi dita durante palestra a estudantes do curso de Direito, nesta terça-feira, 26, em Belém. O áudio com a declaração do promotor viralizou nas redes sociais.

Em outro trecho, ele comenta: "Eu não acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de nós aqui tem navio negreiro. Nenhum de nós aqui, se você for ver sua família há 200 anos atrás, tenho certeza que nenhum de nós trouxe um navio cheio de pessoas da África para ser escravizadas aqui".

Após divulgação do áudio, o procurador se defendeu, em nota, afirmando que o áudio está fora de contexto.  Ele reforça que, em diversos momentos, falou que "todos eram iguais perante a lei". Albuquerque afirma que palestrou por cerca de uma hora aos estudantes e ninguém se manifestou. Ele criticou o fato de apenas terem se pronunciado depois, pelas redes sociais.

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O Ministério Público do Pará (MPPA) divulgou comunicado afirmando que a fala do promotor "reflete tão somente a opinião pessoal do referido membro da instituição" e que órgão não compactua com a atitude. 

Confira a nota completa do Ministério Público do Pará (MPPA):

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) repudia o teor do áudio que circula nas redes sociais onde constam manifestações do Procurador de Justiça Ricardo Albuquerque da Silva referentes à questão racial de negros e índios, cujo teor reflete tão somente a opinião pessoal do referido membro da instituição.

Em relação a questão racial, o MPPA tem trabalhando para assegurar a implementação de políticas públicas para garantir às populações negras e indígenas a efetivação da igualdade de oportunidades.

No último dia 20 a instituição promoveu evento em alusão ao Dia da Consciência Negra, que reuniu ONGs e a sociedade civil num debate sobre discriminação racial e religiosa no Brasil. O órgão também vem implementado políticas afirmativas no âmbito da própria instituição como, por exemplo, a decisão do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ), em abril deste ano, de incluir cotas para estudantes quilombolas e indígenas nas seleções de estagiários de nível superior realizadas pela instituição.

Nesse sentido a instituição também tem fiscalizado e cobrado ações afirmativas, fiscalizando os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.

Finalmente, este órgão reafirma não compactuar com qualquer ato de preconceito ou discriminação a grupos vulneráveis da sociedade.

 

Com informações do G1

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